Câmara ainda não formalizou corte na cota de passagens

Insegurança, desconfiança e muito vaivém. É esse o clima predominante nas reuniões da Mesa Diretora da Câmara, em que a divisão interna acaba agravada pela dificuldade que o presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), vem enfrentando para assumir sua condição de “voto de minerva”. Neste cenário, nem a medida anunciada na semana passada, de redução de 20% das cotas de passagens aéreas de cada deputado, foi formalizada até hoje.

Não por acaso. Quando decidiu economizar em bilhetes aéreos, diminuindo as cotas dos parlamentares, o colegiado se dividiu. Um dos integrantes da Mesa lembra que, enquanto o primeiro secretário, Rafael Guerra (PSDB-MG), o corregedor Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM-BA) e o terceiro secretário e responsável pelo controle das passagens, Odair Cunha (PT-MG), queriam um corte de 50%, o primeiro vice, Marco Maia (PT-RS), o segundo secretário, Inocêncio Oliveira (PR-PE), e o quarto-secretário, Nelson Marquezelli (PTB-SP), defendiam apenas 20%.

Temer, que inicialmente fechara com a tese do corte pela metade, acabou se rendendo à proposta mais tímida. E nem assim o anúncio virou decisão formal. Também há queixas no que se refere às negociações que começaram em Comandatuba (BA), no fim de semana e se estenderam até Brasília, na noite do feriado de Tiradentes. Integrantes da Mesa argumentam que o acerto fechado no jantar de terça-feira com Temer foi anunciar as restrições ao uso de passagens não como uma decisão isolada, mas dentro de um pacote que viria mais adiante, no contexto de uma reforma administrativa para reduzir gastos, que permitisse tratar de reajuste salarial. Na visão desses parlamentares, o presidente da Casa recuou e, pior, acabou perdendo o “timing” de baixar o tal conjunto de medidas que seria apresentado como “pacote moralizador”.

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