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Caíto Quintana: "Situação confortável".

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Avesso a tratar do assunto desde que começou a ser cogitada sua indicação para o Tribunal de Contas, o chefe da Casa Civil, Caíto Quintana, reagiu ontem às declarações do conselheiro Rafael Iatauro, que confirmou sua disposição de chefiar a Casa Civil se o peemedebista deixar o cargo.  

Em nota divulgada por sua assessoria, Quintana disse que é um "privilegiado" e deu de ombros às pressões que diz estar sofrendo para decidir se quer o lugar de Iatauro no TC e para abrir espaço a uma reformulação da articulação política do governo.

"Estou em uma situação confortável. Se quiser assumir vaga no Tribunal de Contas, existe a possibilidade. Se quiser retornar à Assembléia Legislativa, também posso. Fui eleito pelo povo e estou no meu sexto mandato como deputado estadual. E a minha continuação no governo depende única e exclusivamente de uma posição minha após uma conversa com o governador Roberto Requião", afirmou o secretário da Casa Civil, que não fez referências diretas a Iatauro ou à origem das pressões.

A conversa decisiva entre Quintana e o governador está prevista para este final de semana. Ontem, o secretário continuava no Sudoeste, sua base eleitoral, mas voltaria a Curitiba amanhã para encontrar o governador, que retorna da Argentina.

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Quintana afirmou também que não está "nem um pouco preocupado" com as várias formas de pressão para sair logo do cargo. Disse que não tem pressa para se definir e se considera um "homem privilegiado". O secretário é um dos mais antigos colaboradores de Requião e os peemedebistas admitem que o governador não vai apressar o secretário, ainda que a demora esteja causando alguns dissabores políticos.

A maior torcida para que o secretário aceite a indicação para ser conselheiro ou retorne para a Assembléia Legislativa parte dos deputados estaduais. São eles que se queixam cada vez mais de que Quintana não está se dedicando integralmente à fazer a mediação política. Foram eles que lançaram a idéia, por exemplo, de que a Casa Civil deveria ser dividida em duas, com a reativação da secretaria de governo, que foi desmobilizada quando o petista Daniel Godoy deixou o governo. Quintana passou a acumular as duas funções e a reclamação é que a área política ficou em segundo plano.

Paciência

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O líder do governo na Assembléia Legislatiava e presidente estadual do PMDB, Dobrandino da Silva, também quer conversar com o secretário da Casa Civil neste final de semana. Dobrandino disse que compreende a posição de Quintana, mas que seria melhor para todos se ele definisse logo seu futuro político.

"Acho que ele pode fazer o que quiser. É um direito dele. Mas acho que deveria definir logo para acabar com essa expectativa que ele mesmo criou de que iria sair. Mas, claro, é uma decisão dele", comentou Dobrandino da Silva, que sempre achou melhor que houvesse uma redistribuição entre as funções administrativa e política da Casa Civil.