Após confirmar sua permanência no cargo e dizer que a polêmica sobre sua indicação para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas é uma "página virada" na sua vida, o secretário da Casa Civil, Caito Quintana, disse que está pronto para se reaproximar da bancada de sustentação ao governo na Assembléia Legislativa e que irá se esforçar para desempenhar a função de articulador político. E começou criticando a insuficiência de informações que chega à população sobre a ação do governo do Estado.
Para Quintana, um dos elos da corrente formada por secretários e funcionários do governo, e também deputados, sobretudo no interior do Estado, não está funcionando. "Nossas extensões nas microrregiões não estão fazendo esse debate. Cada um na sua secretaria deve procurar assumir esse papel", afirmou Quintana, que já foi criticado pelos deputados por deixar em segundo plano a função de coordenação política.
Quintana disse que os deputados aliados também têm que ser acionados para fazer a divulgação das obras e programas da administração estadual. Mas para isso é necessário que os secretários de Estado repassem suas informações para a base parlamentar do governo. "As informações têm que chegar até eles porque eles são os principais agentes políticos do governo. Nós precisamos nos integrar mais porque estamos todos no mesmo barco. O bom desempenho do governo depende de todos", afirmou.
Na relação entre os deputados e a Casa Civil não pode ter choques, disse o secretário, que também se defendeu das insinuações feitas por deputados de que usa o cargo para se dedicar mais ao seu projeto político do que para fazer a mediação política do governo. "Se tem uma secretaria que não traz muita vantagem eleitoral é a Casa Civil. É uma secretaria-meio, de apoio ao Executivo. Tem mais "não" para dar do que "sim"", argumentou.
Processo suspenso
Quintana justificou que vários motivos o levaram a desistir de concordar em ser indicado para o cargo de conselheiro do Tribunal de Contas, no lugar de Rafael Iatauro, que poderia antecipar sua aposentadoria. Foram razões políticas -a região Sudoeste perderia representação – pessoais e constitucionais – havia dúvida sobre a prerrogativa da indicação, se era de livre escolha do governador do Estado ou pertence aos auditores do TC.
O secretário da Casa Civil não pareceu muito incomodado com a "saia justa" criada com Iatauro, que fez declarações públicas anunciando que assumiria o cargo de Quintana no governo. "Isso é com o governador. O que aconteceu foi que fizemos uma conversa a respeito da vacância do cargo. E o Rafael foi convidado a compor o governo. Mas foi cogitação. Não aconteceu. Você passa a ser integrante do governo, a partir do momento em que é nomeado. Nesse caso, antes de acontecer, o processo foi paralisado", disse.
Para Quintana, Iatauro ainda poderá ser aproveitado no governo. Mas não acredita que seja a curto prazo. Ele acha que Requião não pretende mexer no secretariado tão cedo. Ou antes de abril de 2006, quando todos os secretários candidatos devem se afastar de seus cargos para concorrer à eleição. É o caso de Quintana, que confirmou sua candidatura à reeleição para a Assembléia Legislativa.