O diretor-financeiro da Sanepar, Stênio Jacob, é o novo presidente da empresa. Ele assumiu o cargo ontem, no lugar do advogado Caio Brandão, que, conforme O Estado antecipou, pediu demissão durante a reunião do Conselho de Administração da Sanepar.
Jacob já presidiu a Sanepar durante todo o mandato anterior do governador Roberto Requião (PMDB), entre 91 e 94. Ele foi indicado por Requião (PMDB) e eleito por unanimidade pelo conselho, formado por nove integrantes. A diretoria administrativa – cargo que Brandão acumulava – será ocupada por Heitor Wallace de Melo e Silva. Ex-diretor-técnico da Ferroeste, Wallace é primo do governador Roberto Requião e presidiu o Banestado no primeiro mandato de Requião.
A saída de Brandão do cargo foi acompanhada de uma espécie de “pacto de silêncio” entre o círculo mais próximo do governador. O Palácio Iguaçu não comentou as causas da demissão. O ex-presidente da Sanepar também driblou a imprensa e não forneceu nenhuma explicação para a sua decisão. A versão extra-oficial é que Brandão entrou em rota de colisão com o presidente do Conselho de Administração e assessor jurídico do governo, Pedro Henrique Xavier, que integra o grupo de colaboradores com mais influência junto a Requião.
A assessoria do governador comentou somente que a saída de Brandão “não afeta a vida da empresa, que vive um momento extremamente favorável, com suas ações bem cotadas no mercado”. Ainda de acordo com a assessoria do governador, “a Sanepar deve ter sua administração voltada para o atendimento da demanda da população por água tratada e saneamento básico, sem se preocupar com lucros, a bolsa de valores e as especulações”.
Jacob também se recusou a revelar o motivo da saída de Brandão. Disse apenas que a justificativa deveria partir do ex-presidente e evitou se pronunciar sobre as divergências entre Pedro Henrique Xavier e Brandão. “A linha mestra da companhia é dada pelo governador. E todos estão em sintonia absoluta com o interesse público que deve prevalecer na administração pública”, afirmou.
Decisão
Além da saída de Brandão, a reunião do Conselho de Administração também aprovou o encaminhamento da proposta de aumento do capital da Sanepar. O governo depende de aprovação da Assembléia Legislativa para fazer o aumento de capital da empresa que, conforme foi divulgado ontem, será de R$ 397 milhões.
Paulo e Requião viajam à Europa
O governador Roberto Requião (PMDB), o presidente da Copel, Paulo Pimentel, e o chefe da Casa Civil, Caito Quintana, viajam para a Europa na próxima semana. No roteiro do governador e comitiva estão a Alemanha e a França. Requião participa da reabertura dos trabalhos na Assembléia Legislativa no dia 16, segunda-feira, e na terça-feira, dia 17, embarca para a Alemanha, onde visita uma feira na cidade de Nuremberg. A previsão de retorno é no próximo dia 25.
O presidente da Copel vai à França, onde participa de uma sessão da Câmara Arbitral de Paris, que está julgando o caso do cancelamento do contrato com a El Paso, a empresa que construiu a usina de gás UEG Araucária junto com a estatal de energia paranaense. Uma das cláusulas contratuais estabelece que o fórum para a discussão do contrato é a Câmara de Paris.
O governo do Estado rompeu o contrato após constatar que a usina não funcionava, já que as turbinas a gás eram incompatíveis com os demais equipamentos.
