Um grupo de cerca de 60 caingangues mantém sob ocupação duas casas funcionais, um galpão e um terreno da Floresta Nacional de Passo Fundo, em Mato Castelhano, no norte do Rio Grande do Sul, há uma semana. Os índios pedem que a União acelere o processo de reconhecimento de 3,5 mil hectares – 1,3 mil da floresta e mais 2,2 mil de áreas exploradas por agricultores – para a comunidade. É a quarta vez que se instalam no local. As anteriores foram em 2005, 2010 e 2013.
A pedido dos funcionários do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), os índios não entraram na sede administrativa da área de preservação e no viveiro de mudas de espécies nativas. O chefe da unidade avançada do ICMBio Adão Luiz Gullich destaca que a Floresta Nacional de Passo Fundo “é o maior remanescente da mata de araucárias do Planalto Médio do Rio Grande do Sul”. Além de preservar flora e fauna nativas, a área é campo de pesquisa de cinco universidades gaúchas. “Pelo diálogo estamos conseguindo preservar as atividades científicas”, afirma Gullich. A Advocacia-Geral da União (AGU) já pediu a reintegração de posse à Justiça, que não havia se manifestado até o final da tarde desta segunda-feira.