O juiz federal Ricardo Augusto Soares Leite, da 10ª Vara de Brasília, abriu ação penal contra Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e outras cinco pessoas por lavagem de dinheiro. A decisão acata denúncia da Procuradoria da República no Distrito Federal que sustenta que, em julho do ano passado, o grupo usou a compra de uma fazenda para ocultar e dissimular a origem de recursos obtidos por meio de irregularidades que já eram alvo da Operação Monte Carlo – a ação era conduzida pelo Ministério Público Federal em Goiás, mas o caso foi encaminhado para Brasília pelo fato de a propriedade adquirida pelos envolvidos estar localizada na zona rural do Distrito Federal. O magistrado determinou sigilo dos autos até apresentação das defesas dos acusados.

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No rol de acusados estão Carlos Cachoeira, Rossini Aires Guimarães, Cláudio Dias de Abreu, Gleib Ferreira da Cruz, Adriano Aprígio de Souza e Matheus Paiva Monteiro. As informações são do site da Procuradoria da República do Distrito Federal.

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Na ação, o procurador da República Ivan Cláudio Marx sustenta que a compra do imóvel envolveu recursos da ordem de praticamente R$ 3,5 milhões. Desse total, R$ 2,7 milhões teriam sido dados em espécie e em depósitos bancários e outros R$ 750 mil referentes a uma aeronave, que entrou como parte do pagamento. Para o Ministério Público Federal, a origem dos valores foi a exploração ilegal de jogos de azar – prática, que segundo o procurador, foi iniciada ainda na década de 1990 e ficou mais estruturada enquanto organização criminosa em 2007. Réus nesta ação, Carlos de Almeida Ramos e Gleyb Ferreira da Cruz já foram condenados por crimes como violação sigilo funcional e corrupção nas modalidades ativa e passiva.

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Em relação à compra da fazenda, a denúncia menciona que Matheus Paiva Monteiro, apontado como o proprietário, não era, sequer, o verdadeiro dono do imóvel. As investigações revelaram indícios de que a cadeia dominial da Fazenda Gama é “aparentemente falseada”, pois uma escritura pública atesta que o pai de Matheus adquiriu o imóvel em 1990. No entanto, o último dono morreu em 1973, e, portanto, não poderia ter outorgado o documento. O Ministério Público Federal ainda aponta para o uso de uma suposta empresa de fachada para pagar parte dos valores do imóvel.

Outro ponto mencionado na ação penal foi o fato de que até o início da negociação não existiam registros da Fazenda Gama nos cartórios do Distrito Federal, bem como registro georreferenciado do imóvel rural no Incra. O procurador da República Ivan Marx suspeita de que o grupo pretendia cooptar agentes públicos de órgãos com Incra e Terracap para garantir a regularização da fazenda.