O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) recebeu R$ 500 mil de mesada da Carioca Engenharia em seu segundo mandato (2010-2014). No primeiro (2007-2010), R$ 200 mil. Já a Andrade Gutierrez desembolsou R$ 350 mil em um ano. As informações são da investigação do Ministério Público Federal, em desdobramento da Lava Jato no Rio. No total, a primeira empresa pagou R$ 32,5 milhões em propina e a segunda, R$ 7,7 milhões.
Segundo procuradores que conduzem as investigações, já no primeiro mês do primeiro mandato o então governador passou a cobrar dinheiro de empreiteiras que realizariam grandes obras no Estado. As com maior dinheiro desviado foram as da reforma do Maracanã, do Arco Rodoviário e do PAC das favelas – cada uma custou R$ 1 bilhão. Cabral cobrava 5% do valor das obras para si e 1% para colaboradores, conforme o MPF.
As investigações começaram em julho e utilizaram informações passadas por funcionários das empresas em delações premiadas. O dinheiro, oriundo de caixa 2 das empresas, era recebido em espécie por emissários de Cabral, e custeou a compra de helicóptero, imóveis, joias e até seis vestidos de festa para a mulher dele, a advogada Adriana Ancelmo. A lavagem desses recursos, de acordo com a investigação, persiste até hoje. Não há suspeitas quanto ao atual governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB), aliado de Cabral.