A menos de sete meses das eleições, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho (PMDB), enfrenta uma crise em suas bandeiras de campanha. Programas governamentais que pretende apresentar como vitórias de seu governo – como a ligação 1-A do metrô, a despoluição da Lagoa Rodrigo de Freitas, a política de segurança pública simbolizada nas Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e habitações no Morro do Alemão – começaram a apresentar fragilidades e defeitos.
O inferno de Cabral começou em dezembro, depois que, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, inaugurou a ligação direta entre as linhas 2 e 1 do metrô, que deveria encurtar a viagem. Mas o que os usuários receberam foram trens superlotados, com refrigeração deficiente em meio ao verão mais quente dos últimos anos, composições com atraso, horários irregulares e uma sucessão de defeitos.
Também, depois de anos, voltaram a morrer em massa peixes na Lagoa Rodrigo de Freitas. Além disso, jornais locais publicaram imagens de traficantes armados, circulando à vontade perto da Favela do Jacarezinho, ofuscando a pregação oficial de melhoria da segurança. E apartamentos construídos pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Morro do Alemão tiveram de sofrer reparos por causa da chuva.
O líder do governo na Assembleia Legislativa, Paulo Melo (PMDB), contesta. “Quem disse que não está dando certo? Eu, que vivo o dia a dia e não estou na oposição querendo encontrar defeito, acho que está bom.”