Cabral e Universal monopolizam debate no Rio

Os dois candidatos ao governo do Rio repetiram na manhã desta terça-feira, 14 em debate promovido pela rádio CBN, a polarização da disputa até agora: Igreja Universal do Reino de Deus versus ex-governador Sérgio Cabral (PMDB).

Candidato à reeleição, Luiz Fernando Pezão (PMDB) manteve a estratégia de associar a imagem de Marcelo Crivella (PRB) à igreja, da qual o senador afirma ser bispo licenciado. Crivella, por sua vez, continuou reforçando a ligação de Pezão com seu antecessor e citou novamente o que tem chamado de “escândalos” da gestão Cabral.

“O Pezão me ataca por causa da minha igreja. Ele agora cismou com isso”, disse Crivella. “São acusações pesadas, injúrias que ele fez, e vai responder na Justiça por elas. Mas isso é choro de quem sabe que vai perder”, afirmou o senador.

“Escândalos quem tem é a cúpula da Universal”, rebateu Pezão. “Você é testa de ferro do bispo Macedo. O Cabral foi eleito. Trabalhou e não responde a nenhum processo”, afirmou o governador, citando o fundador da Universal, Edir Macedo, tio de Crivella.

Praticamente não houve uma resposta de qualquer um sem citar os pontos centrais de ataques das duas campanhas: Universal e Cabral. Crivella voltou a chamar seu adversário de “Cabrão” e citou repetidas vezes o “escândalo da Petrobras” para criticar Pezão e o PMDB, mesmo sendo o ex-ministro da Pesca (só deixou o cargo este ano, para concorrer) da base aliada da candidatura da presidente Dilma Rousseff (PT) à reeleição.

Ainda no hall dos “escândalos” da gestão Cabral, Crivella citou a “gangue dos guardanapos”, referência que faz com frequência aos secretários estaduais fotografados em Paris com guardanapos na cabeça.

Pezão, por sua vez, criticou o apoio do ex-governador Anthony Garotinho (PR) à candidatura de Crivella, perguntou ao senador sobre a existência de empresa sua no paraíso fiscal das Ilhas Cayman e sobre a compra de um canal de TV em Franca (SP). A ambas as perguntas, o ex-ministro respondeu tratar-se de assuntos superados. “Não fica igual o Garotinho, Crivella. Não minta. Estude mais os problemas do Estado para podermos debater”.

Ao fim do debate, o governador afirmou que vai manter a estratégia adotada até agora de associar a imagem do adversário à Universal, “para que o eleitor possa saber quem está por trás da candidatura dele”. Crivella deixou a CBN sem falar com a imprensa.

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