A busca e apreensão realizada nesta terça-feira, 14, na casa no senador Ciro Nogueira (PP-PI), em Brasília, tinha como objetivo encontrar documentos que pudessem comprovar algum vínculo do presidente nacional do PP à empresa UTC, de Ricardo Pessoa, um dos delatores da Operação Lava Jato.

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No despacho do ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), é autorizada a busca e apreensão de registros que comprovem pagamentos. O ministro autorizou comprovantes formais ou informais de pagamentos, “em particular a empresas do grupo UTC e escritórios de advocacia”, diz o despacho.

O nome de Ciro foi citado por Pessoa em acordo de delação premiada firmado com a Procuradoria-Geral da República (PGR) em maio e homologado no mês passado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com a revista Veja, o delator teria narrado aos investigadores um episódio em que teria dado R$ 2 milhões ao senador como o parte do esquema de corrupção.

Após a delação, a Procuradoria pediu ao Supremo autorização para apreender documentos e outros objetos na casa do senador que pudesse reforçar as suspeitas levantadas com base nos depoimentos de Pessoa.

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Foi autorizada ainda a busca e apreensão de “documentos, arquivos eletrônicos, aparelhos de telefonia e outros meios de comunicação, valores e objetos”. A autorização para que a PF realizasse os mandados de busca e apreensão foi assinada por Zavascki em 1º de julho, último dia de atividades da Suprema Corte antes do recesso do Judiciário.

A busca foi realizada ao longo de todo o dia de ontem no âmbito da Operação Politeia, deflagrada pela PF, na qual foram cumpridos 53 mandados de busca e apreensão em Brasília e seis Estados: Alagoas, Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo.

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A Operação Politeia, da Polícia Federal, é um desdobramento da Lava Jato, mas focada em políticos. Além de Ciro, foram alvo das buscas os senadores Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) e Fernando Collor (PTB-AL), o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE) e o ex-ministro das Cidades Mário Negromonte e o ex-deputado federal João Pizzolatti (PP-SC).