Busato: ?Lula está sendo autista e tíbio?

O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Roberto Busato, criticou domingo à noite, em Curitiba, a forma com que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva trata a crise política brasileira. Classificou o comportamento de Lula como autista e tíbio, perdendo todas as chances que teve para convencer a sociedade de que é inocente. Disse ainda que a crise é tão grave que até um impeachment é possível.

Busato fez a abertura da 3.ª Conferência Estadual dos Advogados, promovida pela OAB-PR, para discutir a reforma do Poder Judiciário. Há poucos dias havia preparado um discurso acadêmico, mas diante dos últimos acontecimentos achou melhor adotar um tom político. Busato disse que Lula até agora não se portou diante da crise como um estadista, a sua inércia diante dos acontecimentos tem feito com que a palavra impeachment circule cada vez mais pelo congresso e pela imprensa. "Até agora Lula não mostrou um caminho para o fim da crise", analisa.

Em seu discurso, Busato citou trechos de uma reportagem de Ricardo Noblat, afirmando que Lula em seu pronunciamento à nação, na sexta-feira passada, não citou os nomes das pessoas que o traíram porque todos agiram por delegação dele. A omissão dos nomes dos culpados "resultou em mais um ingrediente para agravar a crise", disse.

Diante do panorama atual disse que tudo pode acontecer desde a renúncia, um impeachment e até mesma a recuperação da credibilidade junto ao povo brasileiro, afinal Lula foi o estadista mais votado no país. O presidente da Ordem disse ainda que o impeachment é um remédio amargo, mas muitas vezes é o único capaz de garantir a estabilidade política de um país. "Ninguém quer derrubar o presidente. Mas numa democracia madura não é possível conviver com a mentira e corrupção", disse.

Busato criticou também o fato de o presidente não ter convocado o Conselho da República, órgão consultivo superior do presidente da República, que envolve componentes da sociedade civil e do Poder Legislativo. O conselho ajudaria a fortalecer o mandato e a encontrar uma solução para a situação vivida pelo país. "Para nós é um mistério o fato de que ele não aceitou a proposta… para alguns o mistério transformou-se em suspeita. Convoque o Conselho enquanto há tempo", advertiu. Para Busato, a reforma política poderia evitar que novas crises como esta voltassem a ocorrer. "A crise é tão séria que só reformas não adiantam, precisamos refundar o país."

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