Depois de elogiar, por seguidos anos, as realizações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a revista britânica The Economist afirmou ontem, em editorial, que o tucano José Serra “seria um presidente melhor que Dilma Rousseff”, do PT. Na véspera, o diário Financial Times – também especializado em economia – avaliou que Serra seria mais recomendável porque o Brasil precisa controlar suas contas públicas e ele teria mais competência para isso.
Depois de relatar o clima da disputa eleitoral no Brasil – com o debate sobre religião e a virada final que levou ao segundo turno -, a Economist acredita que Dilma “talvez seja ainda a favorita”, mas Serra reagiu “e a eleição está em aberto”. “Ambos podem ser descritos como social-democratas. Ambos concordam nas linhas gerais da economia e das políticas sociais. Nenhum deles prenuncia um desastre para o Brasil. Isto posto, nas questões em que se diferenciam, Serra parece mais convincente.”
Para a revista, Dilma e o PT “defendem um maior papel do Estado na economia” e os dois admitem “grande investimento público para grandes empresas, para criar líderes nacionais”. Pondera, também, que “é arriscado imaginá-los contendo os altos gastos de custeio (…) ou os altos impostos necessários para pagá-los”.
A Economist põe o dedo, em seguida, na “notável e incômoda tendência de Serra para manejar tudo” – mas acrescenta que o tucano “avançaria mais rapidamente no corte de despesas e do déficit fiscal” e teria mais sucesso em “mobilizar o investimento privado” para financiar a infraestrutura. Dilma poderia fazer isso também, destaca a revista, “porém mais lentamente”.