O forte esquema de segurança montado em Porto Alegre contrastou nesta terça-feira, 23, com o clima tranquilo que marcou os atos em apoio e contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva realizados em locais distintos na véspera do julgamento em segunda instância dos recursos à condenação do petista.
Pouco depois do meio-dia, grades de segurança foram colocadas nas vias de acesso ao Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), onde será julgado o recurso de Lula. O perímetro no entorno do Tribunal ficará “congelado” até o dia seguinte do julgamento por cerca de 4 mil homens destacados para fazer a segurança.
Nesta terça, policiais da Brigada Militar intensificaram as rondas nas ruas, fazendo revistas nas pessoas, em especial nos manifestantes. Embarcações da Marinha no Rio Guaíba vão monitorar a orla do Gasômetro, área que contorna o Parque Harmonia, em frente ao TRF-4. É nesse ponto que passa a Avenida Edvaldo Pereira Paiva, uma das que foram fechadas.
Essa avenida, que margeia o Guaíba, passa pela área verde do Anfiteatro Pôr do Sol, onde estão acampados os apoiadores de Lula.
Os prédios no entorno do TRF-4 – Câmara dos Vereadores, sede do Ministério da Fazenda e Receita Federal, Ministério da Agricultura e Incra, IBGE, Serpro – fecharam as portas e estão sendo monitorados por cerca de 150 homens da Força Nacional de Segurança que estavam no Estado desde 2017 e foram requisitados para a operação. O expediente do TRF-4 na Justiça Federal, que funciona ao lado, e na Procuradoria Regional da República da 4ª Região também foi suspenso.
No final do dia, manifestantes pró e contra a condenação de Lula em segunda instância realizaram atos em locais distantes cerca de 4 quilômetros entre si. Não foi registrado qualquer caso de violência até a conclusão desta matéria.
Militantes pró-Lula lotaram a Esquina Democrática em ato que contou com a presença do próprio petista, da ex-presidente Dilma Rousseff e de parlamentares do PT e partidos de esquerda. Os organizadores falaram em 40 mil pessoas presentes, mas a Polícia Militar não estimou o público.
Já o ato em apoio à condenação do petista, organizado pelo grupo Vem Pra Rua do Rio Grande do Sul, reuniu cerca de 200 pessoas em frente ao Parque Moinhos de Vento.
O secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Cezar Schirmer, afirmou em entrevista à rádio Eldorado que as ações são para evitar confrontos entre manifestantes. “Acreditamos que a possibilidade física de confronto está afastada, mas é claro que sempre há riscos, por isso aumentamos intensamente o policiamento na capital e nas áreas de potencial explosivo”, disse. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.