O juiz federal titular da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, Marcelo Bretas, absolveu na sexta-feira (6) o ex-secretário estadual de Saúde Sérgio Côrtes num processo que o acusava de obstrução da Justiça. Bretas afirmou que há insuficiência de suporte de probatório para a condenação. Além de Côrtes, foram absolvidos o empresário Miguel Skin e Sergio Vianna Júnior, acusados pelo mesmo delito.
“Não há outro caminho a ser percorrido na análise deste caso, se não reconhecer a insuficiência de suporte probatório para a condenação dos réus por crime de obstrução à investigação de organização criminosa, por terem tentado influenciar os termos da colaboração negociada com o MPF e concertar versões dos fatos a serem apresentadas aos órgãos responsáveis pela investigação”, afirmou o juiz responsável pelos processo da Lava Jato no Rio.
Côrtes, que era secretário durante o governo de Sergio Cabral, preso no Rio, ainda é réu em mais dois processos da Lava Jato. Um processo é sobre desvio de dinheiro na Secretaria de Saúde, no qual é acusado de corrupção ativa e passiva e de formar organização criminosa. Outro processo acusa Côrtes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, além de corrupção e organização criminosa por desvios de dinheiro do governo estadual do Rio e remessa de valores para o exterior para compra de votos de integrantes do Comitê Olímpico Internacional para a escolha do Rio como sede da Olimpíada.
“A defesa de Sérgio Côrtes desde o início afirmava a sua inocência, inexistindo qualquer acerto de versões com o suposto colaborador César Romero, muito menos intuito em obstruir a Justiça, postura essa hoje reconhecida pelo juízo da 7ª vara federal na presente sentença absolutória”, afirmou em nota o advogado de Sérgio Côrtes, Gustavo Teixeira, referindo-se ao ex-subordinado do secretário e delator do esquema de corrupção na Secretaria de Saúde do Rio.