Às vésperas de completar 50 anos – em abril – a capital do País recebeu a notícia da prisão de José Roberto Arruda (sem partido) como o início de um novo tempo: o de que político pode ir, sim, para a cadeia.

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Pela cidade, em diferentes lugares, como praças de alimentação de shoppings, restaurantes, prédios de escritórios, corredores do Congresso e até no banheiro feminino de um clube o assunto predominante era a ida de Arruda para a prisão na Superintendência da Polícia Federal.

“Feliz carnaval. Será um grande carnaval com o Arruda no xilindró”, disparou, em alto e bom som, uma funcionária do Senado ao se despedir dos colegas no último dia de trabalho antes do feriadão.

Em outro ponto da cidade, um grupo de empresários e publicitários discutia o assunto. “Ele (Arruda) estava fazendo um bom governo, mas isso não lhe dava o direito de roubar. Que ele vai ficar na cadeia muito tempo, eu duvido, mas vai ficar com certeza a lição de que político que rouba pode e deve pagar pelo erro”, comentou o publicitário Antonio Cristiano, de 33 anos, em bate-papo com amigos.

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No elevador de um prédio de escritórios na Asa Norte, um motoboy que faria entrega de material em uma empresa, lia no terminal de notícia as últimas informações sobre o caso. Não se conteve e, em voz alta, falou. “Gente. É a primeira vez que vejo governador ser preso e os caras (do Supremo) decidirem que ele tem de ficar na prisão. Vou me esbaldar no carnaval. Será que o Brasil está ficando justo?”

No Iate Clube, um dos mais tradicionais de Brasília e que reúne a alta sociedade da capital, mulheres comentavam, nas primeiras horas da manhã após uma sessão de ginástica, que o carnaval 2010 teria um motivo específico para festejar. “Arruda na cadeia é carnaval de coisa boa.”

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Menos de 24 horas depois da prisão do governador, motoristas já exibiam em carros adesivos com “Arruda fica na cadeia”.