A deputada federal Maria do Rosário (PT) afirmou nesta segunda-feira, 10, que o Brasil falhou ao não criar uma cultura contra o autoritarismo, nos moldes do que foi feito em outros países. “O Brasil não fez um processo de transição que construísse uma cultura contra o autoritarismo, contra a violência do Estado. Ao longo da greve dos caminhoneiros, vimos faixas nas ruas pedindo intervenção militar, ditadura, que resultaram na eleição de um defensor de um dos piores torturadores que o Brasil tem ideia da existência”, disse a deputada e ex-ministra de Direitos Humanos, durante a Conferência Internacional em Defesa da Democracia, realizada pela Fundação Perseu Abramo, em São Paulo.
Maria do Rosário acrescentou que o País foi um dos últimos a realizar sua Comissão da Verdade, mas que “não fomos até o fim”. “Nem antes, quando inviabilizaram instituir uma comissão da verdade, e nem quando instituímos, tivemos os poderes para constituir um diálogo pedagógico. Nós não conseguimos dimensionar para o Brasil o que é a tortura”, afirmou.
Maria do Rosário também criticou o ataque feito ao acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra da Paraíba (MST), na região metropolitana de João Pessoa, que deixou dois mortos na noite de sábado, dia 8. Durante sua fala na mesa, Maria do Rosário afirmou que “o ataque a grupos específicos é na verdade o caminho pelo qual os fascistas se constituem no poder”.
De acordo com a deputada, “os direitos humanos não estão mais em vigor no Brasil”, nem mesmo na forma moderada que esteve anteriormente.