Presente na Parada para apoiar um grupo de mães de filhos LGBT, na Avenida Paulista, região central, a atriz e cantora Clarice Falcão afirmou neste domingo, 29, que o Brasil está “andando para trás” em políticas de inclusão de minorias com o governo do presidente interino Michel Temer (PMDB). “O progresso no governo anterior era extremamente lento. Agora, a gente está andando para trás.”
Com gritos e cartazes, ativistas da causa LGBT começaram o evento protestando contra Temer na 20ª Parada do Orgulho LGBT de São Paulo. O ato ocorre na Avenida Paulista, na região central, e a concentração começou por volta das 10 horas. Os participantes gritam “Fora Temer” e “Volta Dilma”.
Ativista de causas feministas, Clarice Falcão já havia manifestado repúdio em relação ao caso de estupro coletivo de uma jovem de 16 anos no Rio, no final de semana passado. “Tanto isso quanto a homofobia fazem parte de uma cultura machista e retrógrada”, afirmou Clarice, que caminhou na Paulista à frente do grupo de mães. “Meu melhor amigo é filho de uma delas. Estou aqui por admiração.”
O Mães pela Diversidade vai desfilar no primeiro dos 17 carros da Parada LGBT. Segundo a modelo transexual Daniela Glamour, de 27 anos, musa do grupo, o objetivo é combater a homofobia na família. “Assumir a posição de um filho também é assumir a sua própria posição. Elas correm perigo por isso”, disse ela. “A família é muito mais do que convenção social e parlamentar.”
No caminho para o trio elétrico, o grupo expôs cartazes em favor da diversidade e gritou palavras de ordem. “Bandeira! Bandeira! Bandeira! Levantou bandeira”, dizia uma das músicas, paródia de Sorte Grande, da cantora Ivete Sangalo. “Não! Atrás do silicone também bate um coração”, cantaram.
O grupo também deve realizar um ato de protesto ao assassinato da travesti Laura Vermont, de 18 anos, morta no ano passado.