O presidente da Assembléia Legislativa do Paraná, Hermas Brandão (PSDB), disse ontem que a hipótese de ser candidato a vice-governador nas eleições deste ano somente ocorrerá em caso de composição de seu partido com o PMDB. Caso a coligação com o partido do governador não seja concretizada, Brandão insiste em ser candidato ao Senado e garante que vai disputar a vaga na convenção estadual com o atual senador Alvaro Dias.
A disputa com Alvaro aconteceria no caso de o PSDB optar por uma candidatura própria ou coligação com o PDT, ou de a candidatura do senador Osmar Dias finalmente sair dos planos e dos bastidores. Alguns setores do PSDB paranaense chegaram a indicar na semana passada que a solução seria lançar Brandão a vice-governador, ao lado de Osmar ou de Fruet. Porém, Brandão descartou essa possibilidade. "Caso o candidato seja Osmar, o vice teria de ser alguém da capital. Se for o Gustavo (Fruet), o vice teria de ser alguém do interior. O Rossoni e a Cida Borghetti (PP) seriam bons nomes", disse.
Os planos do PSDB para as eleições de outubro deverão ser discutidos na segunda-feira à noite, quando está marcada uma reunião da executiva estadual, convocada pelo presidente estadual do partido, Valdir Rossoni. Em relação à sucessão estadual, Rossoni afirma que o cenário não mudou e o partido continua na espera da decisão de Osmar, que pode sair nesta segunda-feira. "Estamos trabalhando com Osmar. Se ele decidir ser candidato, não existe discutir outra proposta. Será o momento de construir a coligação e viabilizar candidatura", disse. O presidente estadual do PSDB acredita que Osmar vai dar uma resposta assim que encerrar a convenção nacional do PDT, amanhã à noite.
Osmar foi um dos três senadores e dez deputados federais pedetistas que assinaram um manifesto contra o lançamento da candidatura própria, encabeçada por Cristóvam Buarque. Esse grupo de parlamentares entende que a verticalização restringe alianças e determinará o isolamento do PDT em nível nacional e estadual, dificultando o desempenho do partido nas eleições majoritárias. Osmar tem colocado entre as condições para concorrer ao governo do Estado que não haja candidatura própria à presidência pelo PDT.
Na hipótese de Osmar não ser candidato, afirma Rossoni, o mais salutar seria a candidatura própria, com o deputado federal Gustavo Fruet. "Disputar a eleição para governador seria emblemático para o partido, que já ganhou as eleição em Curitiba." Para Rossoni, uma coligação com o PMDB – apresentada por uma ala do partido e defendida principalmente pelo presidente da Assembléia Legislativa, Hermas Brandão – é uma "hipótese remota". Segundo ele, a questão também será discutida na segunda-feira.
O presidente estadual do PMDB e líder do governo na Assembléia, Dobrandino da Silva, afirmou na sexta-feira que a vaga de vice-governador está aberta ao PSDB e que ela seria oferecida a Brandão. O presidente da AL, porém, reiterou que o PSDB do Paraná está decidido a esperar a decisão de Osmar; mas é uma vantagem que não pode ser desconsiderada o fato de o governador Roberto Requião ter liberado o líder do governo e o chefe da Casa Civil, Rafael Iatauro, para se reunir com o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, manifestando-se favoráveis a uma coligação estadual. "Acho que num primeiro momento Requião não vai abrir seu palanque nem para Lula nem para Alckmin, mas uma aliança com o governador seria boa para a candidatura tucana à presidente."