O desembargador aposentado Jair Ramos Braga assumiu ontem a Secretaria de Justiça e Cidadania (Seju), em cerimônia realizada no Palácio Iguaçu, e afirmou que o seu trabalho será o de prosseguir o que já vem sendo feito nos últimos três anos. "Considerando que é um ano político e do fim deste mandato, não há nada de novo a se fazer. Iremos consolidar o trabalho que já vem sendo realizado", disse Braga, lembrando que até o final do ano o governo Requião deverá entregar dez novos presídios ao Estado. "O grande problema de todos os estados é a quantidade de presos. Nós temos cerca de nove mil presos no Paraná. Isso se não contarmos com os quase nove mil provisórios em cadeias públicas." Segundo Braga, os novos presídios vão desafogar o sistema, suprindo por um bom tempo a necessidade de vagas. Na sua posse, o desembargador lembrou também da harmonia existente entre os Poderes Executivo e Judiciário.
Aldo Parzianello, ao passar o cargo a Braga, afirmou que no início do governo, em 2003, havia 6.238 vagas no sistema penitenciário e até o fim do ano o total de vagas será quase triplicado. O governo do Estado informou que está realizando um investimento de cerca de R$ 27 milhões anuais e comparou com o valor gasto no período entre 1995 e 2002, que foi de R$ 9 milhões ao ano. Com a ampliação, construção e reformas de penitenciárias, o número de vagas chegará a 17.700. Segundo o coordenador do Departamento Penitenciário, coronel Honório Olavo Bortolini, ainda no primeiro semestre serão inauguradas penitenciárias nos municípios de Piraquara, Londrina, Cascavel e Maringá.
De acordo com o governador Roberto Requião, a análise do currículo de Braga e o seu desempenho no conselho penitenciário foram cruciais para a nomeação. O governador lembrou que o desembargador é um ex-policial militar, passou a ser juiz e depois desembargador, acumulando a experiência necessária e ganhando a confiança do Ministério Público, do Judiciário e do governo do Estado.
Requião elogiou a atuação Parzianello na secretaria, lembrando as dez penitenciárias em construção. "São nove penitenciárias construídas com os recursos do Estado, e uma federal, que está praticamente concluída em Catanduvas. Estamos resolvendo um problema antigo e a perspectiva é que tenhamos resolvido o problema pelos próximos 20 anos", afirmou.
Parzianello decidiu deixar a secretaria no fim do ano passado, por estar inscrito na chapa de pré-candidatos do PMDB para concorrer à Câmara Federal. De acordo com a legislação eleitoral, o ex-secretário poderia permanecer no cargo até abril deste ano.