Lideranças do PFL do Paraná se reúnem na próxima segunda-feira, dia 17, com o presidente nacional do partido, senador Jorge Bornhausen, na sede estadual, em Curitiba. Ele vem à cidade exatamente no momento em que os pefelistas paranaenses começam a se preocupar com a possibilidade de ter que subir ao palanque da reeleição do governador Roberto Requião (PMDB), caso o PSDB consiga seduzir o PMDB nacional para a aliança em torno da candidatura de Geraldo Alckmin. Como o PFL está de compromisso fechado com os tucanos, os pefelistas querem saber de Bornhausen se essa composição pode se reproduzir no Paraná, onde têm o governador como um adversário implacável.
O secretário-geral do diretório estadual, deputado Élio Rusch, é taxativo. "É mais fácil o cavalo do Requião voar, do que nós subirmos ao palanque dele", afirmou Rusch, que não gostou das declarações do deputado Nereu Moura, vice-presidente estadual do PMDB, sobre o papel que o PFL tem no processo de aproximação com os tucanos. Segundo Moura, o PFL "é o cunhado que vem junto? se der casamento entre o PSDB e o PMDB do Paraná.
Moura afirmou que a conversa do PMDB é com os tucanos, mas como o PFL está invariavelmente atrelado ao PSDB, não tem como recusá-lo. "A nossa conversa com o PFL é zero. Mas eles estão junto", comentou o deputado peemedebista. As divergências de décadas entre PMDB e PFL no Paraná, que durou os oito anos de governo Lerner, quando o ex-governador estava no partido, podem ser deixadas de lado, disse Moura. "O João Elísio (presidente estadual do PFL na era Lerner) e o Requião se falam todo mês. Acho que o PFL até se reciclou nesse período. Porque para um partido vocacionado para o poder, ser oposição não é fácil. De qualquer forma, o PFL se reciclou e está cumprindo o seu papel fiscalizador", suavizou Moura.
Nunca
O deputado federal Eduardo Sciarra, membro da executiva nacional do PFL, disse que o partido pode ficar tranqüilo no Paraná porque o risco de se ver na obrigação de apoiar o PMDB é nenhum. "Nós temos uma conversa com o PSDB e o PDT para apoiar a candidatura do senador Osmar Dias. Se não for esse o nome, pode ser outro, mas desde que esteja neste grupo. O indicativo que eu tenho do presidente Bornhausen é que nós estaremos no palanque da oposição no Paraná", comentou.
Para Sciarra, mesmo que haja um acerto entre PFL, PMDB e PSDB nacional e um acordo entre os tucanos e peemedebistas no Paraná, o PFL sempre terá a opção de lançar o seu candidato ao governo, mas apoiando Alckmin. "Tenho certeza que a direção nacional é solidária à nossa decisão. Nós temos diferenças históricas com o PMDB do Paraná. Se tiver um vínculo entre o PSDB e o PMDB, nada nos impede de montarmos o nosso próprio palanque para o Alckmin no Paraná", analisou Sciarra.
As chances de um acordo entre Alckmin e o PMDB são pequenas, avalia o deputado pefelista. "O que nós podemos concluir das conversas, em Brasília, é que o PMDB tem dois caminhos. Ou lança candidato a presidente ou não fará parte de nenhuma aliança", disse.
Para Sciarra, será bom que Bornhausen explique a situção para os deputados estaduais, federais e os pré-candidatos do partido às eleições de outubro. E estes, por sua vez, terão a oportunidade de registrar suas posições sobre os rumos do partido no Estado. "É bom que ele venha aqui para formar um juízo da situação", comentou.
