O deputado Jair Bolsonaro, candidato à Presidência pelo PSL, ampliou os esforços para conquistar apoio do empresariado com um encontro na sexta-feira, 10, em São Paulo. O evento, que ocorreu na manhã seguinte ao primeiro debate entre presidenciáveis na TV, reuniu cerca de 60 representantes do setor produtivo e foi organizado por Fábio Wajngarten, dono de uma empresa de pesquisas de audiência e colaborador da campanha de Bolsonaro.

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Bolsonaro fez um discurso moldado à plateia e enfatizou sua adesão ao ideário liberal na economia. Ele se disse favorável, por exemplo, à análise da venda de algumas partes da Petrobrás. Também manifestou concordar com a associação entre a Embraer e a americana Boeing diante do aumento da concorrência no setor.

Parte do público manifestou dúvida sobre como o candidato, que pertence a um partido pequeno, conseguirá viabilizar seu programa de governo caso seja eleito. Bolsonaro afirmou que a governabilidade virá do apoio das chamadas bancadas da bala, do boi e da Bíblia.

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O encontro durou cerca de duas horas, com Bolsonaro respondendo a perguntas dos convidados de maneira informal. “Muitos empresários queriam essa possibilidade de ter um encontro ao vivo. Nossa preocupamos foi ter algo rico em conteúdo”, afirmou Wajngarten.

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Dono da rede varejista Riachuelo, Flávio Rocha ocupou lugar de destaque na plateia que se formou ao redor do candidato. O empresário chegou a se lançar como pré-candidato pelo PRB, mas recuou da empreitada. Seu partido fechou apoio à candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) juntamente com outros partidos do Centrão. Ao Estado, Rocha afirmou que esteve no evento, mas que não tem posição fechada em relação à corrida presidencial. “Acho que estamos numa situação que faz todo sentido o voto útil”, limitou-se a dizer.

Durante o encontro, o anfitrião chegou a sugerir que Rocha compusesse o ministério de Bolsonaro, que reagiu positivamente à ideia. Entre os presentes, estavam ainda nomes como o dono da construtora Tecnisa, Meyer Nigri; o dono da Centauro, Sebastião Bomfim Filho, e o presidente do conselho da Localiza, Salim Mattar.

Com o evento, Bolsonaro tenta aumentar a adesão à sua candidatura e reduzir a desconfiança do empresariado. Como revelou o Estado em julho, ele se reuniu a convite de Abilio Diniz com Candido Bracher, presidente do Itaú Unibanco; David Feffer, presidente do conselho da Suzano, e José Roberto Ermírio de Moraes, do Votorantim. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.