O presidente da República, Jair Bolsonaro, vinculou nesta segunda-feira, 15, a queda nas invasões no campo promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), fenômeno revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo na edição desta segunda, à flexibilização da posse de armas de fogo, uma de suas promessas de campanha concretizada por decreto em janeiro. O presidente afirmou que a medida terá “derivações”, mas não pormenorizou quais. Há um lobby no governo federal para que sejam modificadas as condições restritivas do porte de armas, principalmente, para produtores rurais.

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“Incra registra só 1 ocupação no 1º trimestre diante 43 ações no mesmo período de 2018. O MST está mais fraco pela facilitação da posse de armas, iniciativa que terá derivações pelo governo, falta de financiamento do setor público e de ONGs, algo que não ocorria nos governos do PT”, escreveu Bolsonaro em sua conta oficial no Twitter.

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A reportagem também mostra que o MST iniciará na quarta-feira o “abril vermelho”, série de ações para relembrar o massacre de Eldorado dos Carajás (PA), ocorrido em 17 de abril de 1996, mas pretende adotar ações alternativas às ocupações. Segundo João Paulo Rodrigues, um dos líderes nacionais dos sem-terra, a ideia é diminuir a tensão das eleições.

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Dirigentes do MST e coordenadores de entidades que monitoram conflitos agrários, como a Comissão Pastoral da Terra (CPT), entendem que há preocupação entre os sem-terra com a criminalização das ocupações, como defendido pelo governo Bolsonaro, e o incentivo ao uso de armas de fogo no campo. Dados da CPT revelam um aumento nos conflitos a partir de 2016. Em campanha no ano passado, Bolsonaro defendeu que fazendeiros têm o direito de abrir fogo contra invasores de entidades como o MST.