O presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira (10) que mantém em cargos, “por enquanto”, os responsáveis pela articulação política do governo. No Planalto, o diálogo com o Legislativo hoje é feito pelo ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos.
“Por enquanto continua. Quando ‘falo por enquanto’ dá a entender que pode mudar”, disse Bolsonaro, que emendou uma comparação: Você é casado? Por enquanto continua casado. A gente não sabe amanhã”, afirmou.
Questionado se o ministro da Educação, Abraham Weintraub, pode assumir a articulação política do Planalto, Bolsonaro respondeu a um jornalista: “Não, não, não. Acho que você é mais simpático do que ele”.
O governo tem sido criticado no Congresso pela articulação política. A Frente Parlamentar da Agricultura, conhecida como bancada ruralista, um dos pilares da eleição de Bolsonaro, reclama e promete endurecer relação com o Planalto.
“O que é interlocução. Eu converso com todo mundo. Fui parlamentar por 28 anos. Sei o sentimento do pessoal. Entendo que o parlamento mudou para melhor”, disse Bolsonaro.
“Aprovamos muita coisa importante. Perdemos outras, é natural, infelizmente perdemos a ‘MP dos balancetes’ (que derrubava exigência de publicação em jornais de informações econômicas de empresas)”. As declarações de Bolsonaro foram feitas em frente ao Palácio da Alvorada.
Imposto sindical
Bolsonaro voltou a negar intenção de retomar o imposto sindical. “Pelo amor de deus, como pode me acusar disso?”, questionou o presidente. “O sindicalismo no Brasil é muito forte, negativamente falando, em que pese bons sindicatos. Tem organizações sindicais aqui que não ajudam em nada o Brasil”, declarou.
Preço da carne
Bolsonaro voltou a afirmar que “preocupa” o preço da carne. “Mas estamos em uma política de livre mercado. No passado tivemos alta de outros produtos também, e é natural a oposição potencializar em cima disso”, argumentou.
Na segunda-feira, 9, Bolsonaro culpou a “entressafra” pelo aumento acima da média do preço da carne. Disse ainda que o valor deve cair.
Nesta terça-feira, em frente ao Alvorada, Bolsonaro afirmou que aumentar a produtividade e melhorar uso da tecnologia no campo deve contribuir para essa derrubada nos valores pagos.