A fabricante norte-americana de aviões Boeing e a sueca Saab iniciaram uma ofensiva para impedir que o governo brasileiro escolha o caça Rafale, da francesa Dassault, na concorrência da Força Aérea Brasileira (FAB) para a compra de 36 aeronaves. Em pleno lobby, a Boeing reiterou sua última oferta de venda do F-18 Super Hornet, de dezembro, que prevê a inclusão da Embraer no desenvolvimento da próxima geração do jato. Já a Saab reforçou os critérios que colocaram o Gripen NG no topo da avaliação da Aeronáutica – preço baixo e tecnologia a ser desenvolvida com a empresa brasileira.
Sem data marcada, o governo promete anunciar em breve sua decisão. Questionado sobre essa nova batalha de lobbies, um colaborador do presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou ontem que essas iniciativas não mudam o jogo e os critérios de escolha não serão alterados. A vitória da Dassault, para esse assessor de Lula, está cimentada.
Gerente sênior de Desenvolvimento de Negócios Internacionais da Divisão de Aeronaves Militares da Boeing, Michael Coggins anunciou na terça-feira que o governo dos Estados Unidos liberou a transferência de tecnologia e até dos códigos informáticos para armar os caças com mísseis brasileiros, e insistiu que nada impedirá a futura fabricação dessas aeronaves no Brasil. “Nós oferecemos à Embraer e à FAB a opção de produzir os Super Hornet no Brasil.”
A Saab não poupa esforços para convencer o governo de que seu projeto é superior e rebater as críticas de que o Gripen NG existe apenas no papel. “O Gripen é o melhor não só pela tecnologia, como também pelo conceito e preço”, afirmou Bob Kemp, vice-presidente da Saab. “O avião já existe”, emendou Bengt Jáner, representante da Saab no Brasil.