O candidato do PDT ao Planalto, Ciro Gomes, remediou a possível cópia de sua proposta de limpar o nome dos inadimplentes nos cadastros do Serasa e do SPC por Fernando Haddad, nome do PT na corrida eleitoral. “Creio que boas ideias pertencem a todos. Mas a população deve perceber se há um tracinho de falta de ética”, afirmou, durante entrevista, nesta segunda-feira, à Rádio Bandeirantes.
No programa de governo apresentado por Haddad ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o petista promete criar o programa “Dívida Zero”, mecanismo para consumidores que estão com nome sujo legalizarem sua situação. A proposta não existia neste formato no programa apresentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi impedido de disputar e substituído por Haddad. “Dívida Zero” se assemelha com o “Nome Limpo”, proposta que Ciro defende desde o início da campanha.
Na entrevista, Ciro voltou a criticar seu principal adversário na briga por uma vaga no segundo turno e os petistas. “Com Haddad eu tenho de ser delicado, porque sou amigo dele… Eu ajudei Lula 16 anos e hoje eles me agridem”, afirmou, alegando que falta experiência ao petista para ser presidente do Brasil. Ciro voltou a afirmar que a vaga de vice na chapa de Lula foi oferecida a ele anteriormente, mas disse que “o País não pode ter um presidente por procuração”.
Apesar das duras críticas ao PT, Ciro fez um mea-culpa ao afirmar que ajudou a construir o governo do partido e que, de certa forma, até merece “uma certa crítica. Embora eu tenha me afastado”.
Já sobre Jair Bolsonaro, do PSL, Ciro afirmou que o capitão do Exército “só permanece onde está por causa da tragédia que aconteceu com ele, a facada”. Bolsonaro segue internado em São Paulo após ter sido esfaqueado em Minas Gerais, no último dia 6.
“Ele é muito inconsistente. O agricultor vota nele por causa da legalização das armas, mas não lê as propostas dele. A proposta econômica de Paulo Guedes elimina subsídios. Se você tirar isso do agro, ele fecha em 12 meses”, avaliou.
Na área de Saúde, Ciro disse ser contra a entrada de médicos de fora no Brasil, mas que, “enquanto não tivermos médicos brasileiros, vamos manter”. O candidato afirmou que pretende ampliar o programa Mais Médicos, mas fazer isso com profissionais brasileiros.
Sobre a situação financeira grave dos Estados, Ciro defendeu uma atuação conjunta. Uma das propostas seria usar os créditos decorrentes da Lei Kandir, que não são devidamente pagos aos Estados. “Existe um ativo a ser abatido”.