Uma “operação de retirada”, comandada pelo Palácio do Planalto, desmontou a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar repasses de recursos públicos para o Movimento dos Sem-Terra (MST). A investigação foi enterrada porque faltou o apoio de três deputados. “Ficou claro na retirada de assinaturas a mão do governo”, disse o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO).
Para criação de CPI mista são necessários 27 endossos no Senado e 171 da Câmara. Na tarde de quarta-feira, o requerimento contava com 34 senadores e 192 deputados. Horas depois, após embarque e desembarque de parlamentares, ainda houve mais duas adesões no Senado, mas na Câmara sobraram apenas 168 assinaturas válidas – 3 a menos do que o mínimo exigido.
No total, 42 deputados deixaram de apoiar o pedido de CPI, incluindo 17 peemedebistas e até dois da bancada ruralista, Enio Bacci (PDT-RS) e Nelson Marquezelli (PTB-SP). A oposição, apesar de coletar novas assinaturas, não conseguiu impedir o arquivamento.