“O PT é o partido da mentira, o PT é o partido da morte”, afirmou ontem d. Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo diocesano de Guarulhos, na Grande São Paulo. “O PT descrimina o aborto, aceita o aborto até o nono mês de gravidez. Isso é assassinato de ser humano que não tem nem o direito de se defender.”
D. Luiz é a voz dentro da Igreja católica que desconforta Dilma Rousseff, candidata do PT à Presidência, e a coloca no centro da polêmica sobre o aborto. É dele a iniciativa de fazer 2 milhões de cópias do folheto “apelo a todos os brasileiros e brasileiras”.
Mais que um libelo contra a interrupção da gravidez, o documento é uma recomendação expressa aos brasileiros para que “nas próximas eleições deem seu voto somente a candidatos ou candidatas e partidos contrários ao aborto”. Não cita nominalmente a petista, mas é a ela que se refere claramente.
“Eu tenho uma palavra só, eu não tenho duas ou três palavras como a dona Dilma tem. Ela apresentou três planos de governo, o segundo mascara o primeiro e o terceiro mascara o segundo”, disse d. Luiz, na casa episcopal, onde recebeu a imprensa para falar pela primeira vez sobre a ação da Polícia Federal que, há uma semana, confiscou 1 milhão de folhetos por ordem do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A corte acolheu liminarmente ação cautelar do PT que alegou ser alvo de documento apócrifo e falso. “Foi uma violência contra a Igreja”, reprova o bispo. Mas ele não recua. Por meio dos advogados da Mitra de Guarulhos, João Carlos Biagini e Roberto Victalino de Brito Filho, o bispo requer ao TSE que revogue a decisão provisória e determine a imediata devolução da papelada que mandou fazer na Gráfica Plana, no Cambuci, em São Paulo.