Lucimar do Carmo / GPP
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Pessuti: questão portuária está fora.

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O governador em exercício, Orlando Pessuti (PMDB), disse ontem que não acredita que a sanção ontem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Lei de Biossegurança possa agravar as divergências entre o governo do Estado e o governo federal em torno da proibição da exportação de produtos geneticamente modificados pelo Porto de Paranaguá.

A lei sancionada ontem por Lula regulamenta o plantio e a comercialização de produtos transgênicos no País. Pessuti afirmou que a lei não impede o Paraná de continuar sua luta para convencer os agricultores a não aderir ao plantio dos transgênicos e também não obriga o governo estadual a abrir o Porto de Paranaguá à exportação desses produtos. Conforme Pessuti, a sanção da lei pelo presidente da República não altera a política do Porto de Paranaguá em relação aos transgênicos.

A persistência do governador Roberto Requião (PMDB) em manter o porto fechado à exportação dos transgênicos tem gerado especulações sobre as possibilidades de o governo federal decretar uma intervenção no terminal paranaense. Para o governador em exercício, essa ameaça não existe. "Até onde sabemos, a lei não trata da questão portuária. A nossa política em relação aos transgênicos continua a mesma. Nós sempre respeitamos a lei e vamos continuar fazendo isso no que diz respeito ao plantio. Mas estamos no nosso direito de continuar lutando para mostrar aos produtores que é melhor plantar a soja convencional", afirmou.

O governador em exercício comentou ainda que o fato de a proibição ser mantida no porto não prejudica os produtores. Nós já liberamos o plantio de transgênicos para esta safra, mas o porto, conforme já explicou o superintendente Eduardo Requião, não tem como fazer a separação entre o produto convencional e o transgênico. Agora, isso não impediu que os produtores exportassem seu produto", comentou. Pessuti citou que os produtores podem escolher entre o Porto de Santos e o Porto de São Francisco. Pessuti observou que Requião não vai desistir de fazer do Porto de Paranaguá um terminal de exportação de produtos puros. "Essa convicção se reforça a cada dia. O governador está lá na China agora fazendo negócios com a soja pura do Paraná", destacou.

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Ontem, conforme divulgou o Palácio Iguaçu, Requião esteve em Xangai, onde disse às autoridades locais que a soja paranaense é pura e que estava lá justamente para inseri-la no mercado chinês. O governador se encontrou com Pan Bin Lin, presidente de uma das maiores esmagadoras de soja do país, a quem convidou para conhecer o Porto de Paranaguá. Requião disse que o governo pode ajudar a colocar os compradores chineses em contato com os produtores paranaenses por meio do escritório Paraná-China. "Temos um porto que não exporta transgênicos e mantém uma rigorosa fiscalização sanitária", afirmou.

A resistência de Requião aos produtos transgênicos tem incomodado o governo federal. Peemedebistas do Paraná acham que qualquer iniciativa de Lula em relação à abertura do porto aos transgênicos pode azedar de vez uma relação que já está conturbada pelas críticas do governador paranaense à política econômica.

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