O ex-diretor da Assembleia Legislativa do Paraná, Abib Miguel, conhecido como “Bibinho”, além de outras quatro pessoas ligadas a ele, foram presas nesta sexta-feira (28), durante operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Paraná, que contou com a participação das unidades do Gaeco do Distrito Federal, Goiás, Amapá e Rio Grande do Sul.
Abib Miguel estava em Brasília e foi detido no momento em que recebia cerca de R$ 70 mil do administrador de suas propriedades no estado de Goiás. Ambos estavam com ordem de prisão temporária expedidas pelo Juízo da 4.ª Vara Criminal de Curitiba.
Além dos cinco mandados de prisão temporária, estão sendo cumpridos, na Operação “Argonautas”, 14 mandados de busca e apreensão e três conduções coercitivas, também por determinação da Justiça.
A operação decorre de investigação coordenada pelo Núcleo do Gaeco de Curitiba, relacionada a crime de lavagem de dinheiro, supostamente desviado da Assembleia Legislativa do Paraná.
Os desvios teriam sido feitos entre os anos de 2000 e 2010, envolvendo 97 funcionários “fantasmas”, e os valores foram sacados diretamente em agências bancárias.
Segundo o Gaeco, cálculos de auditoria revelam que os valores desviados nesse período, envolvendo essas 97 pessoas, atualizados em novembro de 2014, totalizam a quantia de R$ 216,8 milhões.
Um dos objetivos da operação é identificar e apreender bens como fazendas, maquinários, produção agrícola e numerário, para o cumprimento da determinação judicial de sequestro e arresto de bens.
Também são objeto dos mandados de busca a apreensão: documentos, computadores, celulares, entre outros itens que vão embasar o trabalho dos promotores de Justiça que atuam no caso.
A operação contou com a participação de 80 pessoas, entre promotores de Justiça e policiais integrantes das unidades do Gaeco dos estados que fazem parte do Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC), policiais militares e civis dos Estados envolvidos e do Distrito Federal, além de promotores de Justiça que atuam na área de Proteção ao Patrimônio Público do Paraná.
Condenação
No final de março deste ano, Bibinho foi condenado a 18 anos, 11 meses e 20 dias de reclusão, além de pagamento de 1.117 dias-multa. A ação julgada em primeiro grau é relativa à associação de Abib Miguel, João Leal de Matos e outros, em organização criminosa que promovia a nomeação de pessoas a eles vinculadas para cargos em comissão na Assembleia, sem que elas efetivamente prestassem serviços, com o fim de arrecadar valores referentes à remuneração que deveria ser paga a esses comissionados.