O prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), voltou a negar, ontem, as acusações de compra de apoio dos ex-candidatos a vereador pelo PRTB que, nas eleições do ano passado, deixaram o partido e abandonaram as candidaturas para formar um comitê de apoio à reeleição do tucano.

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O prefeito disse que o único motivo para a dissidência dos candidatos foi a coligação do PRTB com o PTB, que tinha Fábio Camargo candidato a prefeito. Coligação que, segundo Richa, contrariou a decisão dos filiados do PRTB de Curitiba.

Beto citou uma investigação da Polícia Federal que concluiu que houve fraude na ata da convenção PRTB que teria decidido pela coligação. “Aqueles dissidentes foram realmente injustiçados no partido e, diante de tanta indignação, renunciaram e permaneceram em apoio a mim. Já estavam anteriormente”, afirmou, após a entrega, no Parque Barigui, de 127 novos ônibus para a renovação da frota da Rede Integrada de Transporte.

Questionado sobre a apresentação, por parte da oposição, de um vídeo no qual o deputado federal Gustavo Fruet (PSDB/PR) aparece cumprimentando os dissidentes do PRTB e prometendo cargos na prefeitura, Beto disse que não assistiu às imagens, mas já tinha conhecimento do vídeo.

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“O Gustavo esteve conosco na inauguração do comitê. Participou conosco, como de vários outros comitês que foram inaugurados. Não vejo problema algum nisso. Isso tudo está na Justiça”, declarou.

Ainda sobre o vídeo, o prefeito novamente falou em armação. “Foi uma armação mais uma vez dos mesmos que têm feito armações seguidas com o objetivo de desonrar as pessoas e denegrir suas imagens. Hoje (ontem), na verdade, é mais um motivo para os nossos opositores estarem tristes. Porque mais uma vez estamos entregando um benefício para a nossa cidade. E é uma entrega sem politicagem”, disse.

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Quando perguntado sobre a possibilidade de aceitar que vereadores de sua base de apoio assinem o pedido de CPI para investigar as denúncias de compra de apoio como forma de dar transparência a todo o processo, ele respondeu que “transparência a minha administração já tem e toda a população sabe disso”.

Beto classificou como procura por palanque o ato da oposição de propor CPI. “Embora seja um assunto da câmara municipal, não me diz respeito, mas nossos companheiros entendem que não vão oferecer palanque eleitoral para aquelas pessoas que querem tirar proveito político diante de uma situação como essa. Seus partidos estão envolvidos nessa armação toda. Então eles, obviamente, têm interesse de abrir um palanque para discutir isso em qualquer lugar, inclusive na câmara municipal”, avaliou.

Para que a CPI possa ser proposta, é necessário a assinatura de 13 vereadores, mas apenas seis subscreveram o documento. Beto lembrou que a CPI tem a função de investigar determinado fato e que os resultados são encaminhados para o Ministério Público e à Justiça. “Eu superei essa etapa. Eu fui direto à Justiça. Falei ao procurador que quero ser investigado. De forma isenta. Confio na Justiça”, finalizou.