Desde a saída da prefeitura de Curitiba, em 30 de março, o tucano Beto Richa já percorreu várias cidades em uma fase de pré-campanha muito fértil, se comparada com os prováveis adversários que ainda patinam para firmar a candidatura ao governo.
Um grupo provisório de campanha já está instalado no seu escritório político, no bairro Batel, em Curitiba, de onde suas andanças são programadas detalhadamente para que, até o início da campanha, tenha visitado a maioria dos 399 municípios do estado.
Nesta semana, o tucano visitou vinte e duas cidades do Norte Pioneiro. Na próxima, Beto volta ao Sudoeste e vai para o Noroeste. E assim, rodando o Paraná, o ex-prefeito de Curitiba vai, no linguajar de campanhas, “amarrando” apoios e coletando sugestões do plano de governo, que começou a ser o tema das suas reuniões, há quinze dias.
“Enquanto os outros brigam, nós estamos trabalhando”, disse o presidente estadual do partido, deputado Valdir Rossoni. Ele revela que, há um ano e meio, esse roteiro pré-eleitoral da candidatura ao governo já estava traçado pela direção estadual.
Ponto comum
Mas no quesito alianças, o cronograma do PSDB está mais ou menos no mesmo patamar das articulações do governador Orlando Pessuti, pré-candidato do PMDB, e ainda dependente, dos movimentos do senador Osmar Dias, pré-candidato do PDT, que suspendeu as conversas com o PT e disputa com o PSDB as atenções do PP, PTB e PPS.
Até agora, o PSDB tem garantido o apoio do PSB, que herdou a cadeira de prefeito de Curitiba. Dos demais, os tucanos têm, como Osmar, as promessas de alianças.
Uma conquista tucana, apontada por Rossoni, foi a manifestação de apoio de oito deputados do DEM, entre estaduais e federais, no início da semana, em Curitiba. “Não podemos dizer que fechou o acordo, mas foi uma manifestação importante”, disse Rossoni.
Quanto ao PPS, que hoje realiza encontro em Curitiba ameaçando lançar candidatura própria, o dirigente tucano é polido. “A nossa expectativa é que eles venham conosco. Mas respeitamos se eles lançarem candidato próprio”, observou. Se também não há sinais concretos de acordo vindos do PTB e PP, Rossoni justifica.
“Nessa fase, ninguém pode dizer nada de concreto. Até junho, vamos conversando. No PTB, temos manifestação de setores do partido. Mas é claro, não é uma decisão partidária. Até o final de junho, tudo vai se consolidar”, disse Rossoni que pretende realizar a convenção estadual do partido no dia 26 de junho.
O prazo estabelecido pela Justiça Eleitoral para realizar as convenções é 30 de junho. A estratégia tucana, segundo o presidente do partido, é consolidar os apoios dos partidos entre as lideranças pelo Estado, para depois conquistar a aliança nas convenções. “Nós estamos primeiro falando com a população e as lideranças. Quanto melhor estivermos com eles, mais sustentação teremos para atrair aliados”, explicou.