O governador Beto Richa (PSDB) descartou ontem a proposta elaborada por deputados estaduais pra tentar acabar com a greve dos professores. Segundo Richa, a oferta do governo pros servidores públicos continua a mesma que já foi enviada à Assembleia Legislativa: 3,45% de reajuste em três parcelas, no fim deste ano, e reposição da inflação de 2015, estimada pelo governo em 8,5%, em janeiro do ano que vem.
Os deputados estaduais tinham sugerido ao governo que concedesse 3,45% de reajuste em outubro e 4,56% em dezembro. Assim, a inflação de 2014, de 8,17%, seria zerada ainda neste ano. A decisão de Richa frustou o próprio líder do governo na Assembleia, Luiz Claudio Romanelli (PMDB), que admitiu estar decepcionado.
Com a recusa do governador, uma solução pra greve dos professores parece ainda mais distante. Eles se recusam a voltar às salas de aula sem uma proposta que inclua a reposição integral da inflação. Ontem, o presidente da Assembleia, Ademar Traiano (PSDB), voltou a dizer que não irá colocar em discussão nenhuma proposta enquanto não houver um acordo entre o governo e os servidores.
As declarações de Richa foram dadas em entrevista coletiva no Palácio Iguaçu. “O que nós apresentamos já é o resultado de aprimoramento de proposta anteriores”, disse, afirmando que o governo já mudou a proposta “quatro, cinco vezes” pra tentar obter consenso. “Tudo tem um limite. O dinheiro vem de um lugar só, não existe no estado uma fábrica de dinheiro, os recursos são resultado do esforço da sociedade em pagar impostos”, declarou.