Não teve lançamento de candidatura, mas o encontro nacional do PSDB, realizado ontem, em Foz do Iguaçu, mostrou que, cada vez mais, o prefeito de Curitiba, Beto Richa, se consolida como o nome do partido para as eleições ao governo do Estado. Num seminário que contou com a presença das principais lideranças nacionais e estaduais do partido, Beto foi o político mais badalado.
Nem as presenças dos governadores de São Paulo, José Serra, e de Minas Gerais, Aécio Neves, os dois pré-candidatos tucanos à Presidência da República, desviaram as atenções do prefeito da capital. Mesmo com o tema “Agricultura e Agronegócio”, que interessa mais ao interior do Estado, o prefeito da capital foi um dos principais palestrantes do dia.
Beto destacou o agronegócio como a principal alavanca do Brasil para superar a crise e lembrou a “modesta contribuição” de Curitiba, com os Armazéns da Família e o Mercado de Orgânicos.
A dedicação do dia ao prefeito da capital pôde ser sentida logo na abertura do encontro. A vice-presidente nacional do PSDB, senadora Marisa Serrano (MS) disse que a escolha de Paraná para sediar o seminário sobre agricultura se deve à forte presença da produção do Estado no cenário nacional e a exemplos bem sucedidos, como “a administração de Curitiba: símbolo de dignidade e qualidade de vida”, destacou.
O presidente estadual do PSDB, deputado Valdir Rossoni, também aproveitou para colocar o partido na briga pelo governo do Estado. “O PSDB está avançando, criando um programa. E tenho certeza que o PSDB é a melhor opção para o Paraná. Mas a definição do candidato será pesada dentro de uma unidade e comprometimento com o que manifestar a população.”
Na coletiva após o evento, Beto repetiu o discurso de que fica lisonjeado com a indicação, mas que a candidatura só será definida na época da convenção. “Até agora tudo é especulação, se no tempo certo eu for o indicado do partido e da coligação, aceito e vou trabalhar para ser governador”, disse.
O prefeito de Curitiba falou que suas participações em diversos eventos no interior do Estado não tem nenhuma relação com a campanha do ano que vem. “Estou sendo convidado para trocar experiências com os companheiros de outras cidades, só isso.”
O senador Alvaro Dias, outro pré-candidato tucano ao governo, aproveitou a presença dos presidenciáveis para alfinetar Beto e boa parte da direção do partido, que já manifestou preferência pelo prefeito de Curitiba.
“Devíamos fazer igual ao Serra e o Aécio, que estão caminhando juntos, fortalecendo o partido juntos, para depois, juntos, definir qual dos dois tem mais condições de ser o candidato”, declarou.
Alvaro voltou a repetir que se ele for o candidato tucano, seu irmão Osmar Dias (PDT) abriria mão da candidatura. “Se o candidato for outro, ele vai até o fim”, alertou.
Aécio e Serra, que só chegaram, juntos, ao evento no final da tarde, repetiram a cordialidade dos últimos encontros. “Não é porque o PT antecipou a campanha que nós devemos entrar nisso também. O PSDB está sim se preparando para a eleição, mas tudo dentro de um cronograma e a definição do candidato ainda está bem longe”, disse Serra.
