Eleição

Beto Richa assume pré-candidatura ao governo

Após meses evitando definir-se como pré-candidato nas eleições de 2010, o prefeito de Curitiba, Beto Richa, decidiu assumir que está mesmo na disputa com o senador Alvaro Dias para ser o candidato do PSDB ao governo do Estado no próximo ano. Coube ao presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, confirmar o que todos já sabiam, mas o prefeito não dizia.

A posição de Beto como pré-candidato foi definida em reunião anteontem à noite, em Brasília, quando o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra, costurou um acordo entre os grupos de Beto e do senador Alvaro Dias para prorrogar o mandato de Rossoni na presidência do partido. Rossoni permanece no comando estadual do PSDB até 2011 e vai conduzir o processo de escolha do candidato do partido ao governo.

Agência Senado
Sérgio Guerra costurou acordo.

Em entrevista ontem à tarde, Rossoni disse que irá se comportar como um “magistrado” à frente do partido. A prorrogação do seu mandato era vetada pelo senador Alvaro Dias por considerar que faltava imparcialidade a Rossoni para a tarefa. Rossoni nunca escondeu a simpatia pela candidatura de Beto.

Mas em Brasília, Rossoni e Beto teriam concordado em aceitar a proposta de Alvaro de usar as pesquisas de intenções de votos como o principal critério de escolha do candidato ao governo. O senador disse que, a partir deste entendimento, decidiu retirar as ressalvas que fazia à permanência de Rossoni na presidência estadual do PSDB.

A única mudança na executiva estadual será a substituição do deputado federal Luiz Carlos Hauly pelo também deputado federal Affonso Camargo na secretaria geral do diretório estadual. Affonso é um defensor da candidatura própria do partido ao governo.

Contra boatos

Agência Senado
Alvaro Dias: escolha por pesquisa.

Rossoni disse que o prefeito concordou em se declarar pré-candidato para rebater “boatos” que teriam sido disseminados no interior do estado sobre sua recusa em ser candidato.

“Essa notícia correu e muitos políticos se encarregaram de divulgar isso. Esse boato trouxe intranquilidade ao partido e por isso, o prefeito Beto Richa colocou na noite de ontem o seu nome à disposição do partido”, justificou o presidente estadual do PSDB.

Sobre o compromisso de definir o candidato sobre pesquisas de intenções de votos, Rossoni foi ambíguo. “Os pré-candidatos tem que convencer os integrantes do partido que são viáveis e que capacidade para disputar a eleição não falta para os dois. A conversa que vai definir o candidato do partido será baseada na análise do momento, os apoios conquistados e as pesquisas realizadas”, completou.

O senador Alvaro Dias defendeu a inclusão do senador Osmar Dias nesse pré-entendimento sobre critério de definição de candidatos. “Se o PSDB quer o PDT e o Osmar como aliado, deve tratá-lo como aliado. E também deve respeitar a legitimidade do pleito do aliado de ter também um pré-candidato”, afirmou.

Rossoni comentou que Osmar sabe qual é o seu lado neste processo. “O senador sabe que o seu time está do lado de cá. Ele está cuidando do PDT e nós estamos cuidando do PSDB”, disse.

Anúncio tucano não causa surpresa em Osmar

Elizabete Castro e Leonardo Coleto

O senador Osmar Dias disse que o anúncio da pré-candidatura de Beto Richa (PSDB) ao go,verno do Estado não foi surpresa e também não altera sua disposição de continuar construindo sua candidatura ao governo.

 “Isso não muda nada. O Paraná inteiro já sabia que o prefeito ia se candidatar. Ele já estava fazendo campanha pelo interior do Paraná muito antes desse anúncio oficial”, disse.

Assim como não foi novidade a posição do governador Roberto Requião (PMDB) que, em conversa anteontem à noite com o presidente Lula (PT), descartou apoio ao pedetista e se declarou comprometido com a candidatura de Orlando Pessuti (PMDB). Requião conversou com Lula e, apesar de não ter feito nenhuma declaração oficial, reafirmou que o PMDB tem candidato próprio à sua sucessão.

“A verdade é que tudo continua do mesmo jeito que estava quando começou a manhã de ontem (quarta-feira). Todos os fatos que ocorreram depois já eram do meu conhecimento. Nós, no PDT, continuamos com uma certeza. A de que vamos disputar o governo do Estado e estou construindo a candidatura como o PDT me pediu”, afirmou o senador pedetista.

Sobre as negociações que ainda vinha mantendo com o PSDB para fazer uma aliança em 2010, Osmar disse que vê uma “certa dificuldade” no processo já que os tucanos têm dois pré-candidatos.

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