Richa, de 45 anos, é engenheiro civil por formação, mas desde criança conviveu com política ao lado do pai, o ex-governador José Richa (1983-1986), falecido em 2003. Perdeu a primeira eleição para vereador em 1992, mas em 1995 foi eleito deputado estadual e reeleito em 1998. Foi vice-prefeito de Curitiba em 2000. Após perder a disputa pelo governo estadual em 2002, conquistou a prefeitura em 2004 e foi reeleito em 2008.
“Quero fazer a administração mais competente do País, como fiz na capital do Paraná, uma gestão de resultados”, prometeu. Ao deixar a casa, já eleito, ele disse que estava dormindo. “Eu não tenho essa ansiedade, eu me ofereci para ajudar o Paraná e, se por acaso não fosse vitorioso, eu sempre falei que jamais seria infeliz, eu não estou lutando para chegar ao paraíso, eu lutei muito nessa campanha para ajudar o Estado do Paraná”, afirmou. “Os paranaenses aceitaram a minha promessa e eu vou fazer um grande governo, podem esperar isso”.
Como adiantara durante a campanha, ele confirmou que seu vice, Flávio Arns, será o secretário da Educação. Quanto aos outros, afirmou que ainda não escolheu. “Mas fico tranquilo porque tenho muitos companheiros competentes, preparados para fazer uma grande administração nas mais diversas áreas”, disse. “Eu vou escolher a dedo os secretários, toda a nossa equipe terá metas a cumprir, não vou aparelhar a máquina com a companheirada só para fortalecer o meu partido, vou fazer o melhor pelo Paraná”.
Durante o período pré-campanha, Richa entrou em choque com o senador Álvaro Dias (PSDB), que também pretendia ser o candidato do partido. Álvaro acabou distanciando-se da campanha e, na reta final, declarou o voto para seu irmão, Osmar Dias. É possível que, em razão dessas rusgas, as relações entre ambos continuem estremecidas, o que pode levar até a uma reformulação do PSDB no Estado. Com as eleições de Gleisi Hoffmann (PT) e Roberto Requião (PMDB) ao Senado, Richa precisará de muito tato para um bom relacionamento.
“Eu sempre tive relações republicanas, respeitosas”, disse hoje. “Para mim, passam as eleições eu desço do palanque”. Segundo ele, como prefeito de Curitiba, esse estilo de governar ficou evidente ao ter tido boa relação com o governo federal e “com o governo estadual, enquanto deu”. Depois das eleições de 2006, quando Richa apoiou Osmar Dias contra Requião, as animosidades entre eles aprofundaram-se. “Não foi por minha opção a relação turbulenta, foi por opção do governador, mas vou procurar ter boas relações com todos”, ressaltou. “É obrigação de quem é eleito defender o interesse de seu povo sem fazer politicagem”.
O novo governador do Paraná terá em mãos a administração de um orçamento de aproximadamente R$ 20 bilhões. E, se depender da promessa do atual governador, Orlando Pessuti (PMDB), encontrará o Estado bem organizado. “Queremos deixar o Paraná arrumado, devidamente organizado, para entregá-lo a nosso sucessor com as finanças em ordem, funcionários e fornecedores rigorosamente pagos”, afirmou.