Beto prioriza redução das tarifas de ônibus

O vice-prefeito eleito Luciano Ducci (PSB) é o coordenador da equipe que fará a transição da atual para a próxima administração. O anúncio foi feito pelo prefeito eleito Beto Richa (PSDB), em entrevista coletiva concedida na manhã de ontem, no Hotel Mabu.

Richa, que viaja hoje para descansar alguns dias ao lado da família, retorna na semana que vem para dar início a uma agenda de conversas que inclui o prefeito Cassio Taniguchi (PFL), os vereadores e a bancada federal paranaense. Uma das primeiras medidas que pretende tomar é a redução da tarifa do transporte coletivo, um dos carros-chefes de sua campanha.

Reafirmou que vai buscar um preço mais justo reavaliando a taxa de gerenciamento e redirecionando os recursos do ISS para o Fundo de Urbanização, o que permitiria a sua aplicação na própria melhoria do sistema. Além disso, vai buscar o apoio do governo do Estado, através da Comec, para tratar da tarifa integrada, e juntar esforços aos prefeitos de outras capitais para obter junto ao governo federal a redução dos impostos sobre o óleo diesel e outros que incidem sobre o preço da passagem.

Prioridades

A readequação do Orçamento para comportar o novo plano de governo, a prorrogação do prazo para o pagamento do IPTU até 20 ou 21 de janeiro e uma ação conjunta com o governo do Estado para garantir maior segurança à população, incluindo aí a ampliação e o treinamento da Guarda Municipal, são outras prioridades do futuro ocupante do Palácio 29 de Março.

Na conversa com Taniguchi ele vai expor seu desejo de rever a licitação para a coleta e operação do lixo, com a ampliação do aterro sanitário. O processo teve início em agosto, foi suspenso e retomado no mês seguinte e está agora em fase de habilitação das empresas. O tucano não vê sentido na atual gestão assinar um contrato que vai vigorar ao longo de toda a próxima. Além disso, a Prefeitura de Curitiba assinou um contrato de emergência com a atual responsável pelo serviço, a empresa Cavo, que vigorará até o dia 26 de março.

Em seu plano de governo, Richa propôs novas áreas para abrigar aterros sanitários, uma ao Norte e outra ao Sul do município. A empreitada, ele reconhece, vai precisar de apoio e interação com os municípios vizinhos.

O prefeito eleito desmentiu todas as especulações que vêm sendo feitas sobre sua futura equipe: “Ainda é cedo para a definição de nomes do secretariado. Vamos usar de muita cautela e critério para escolher cada nome. Já afirmei que os requisitos serão capacidade e competência para garantir a melhor administração possível para Curitiba. Não vou frustrar a população que confiou em mim. Nem eu sei ainda qualquer nome. Portanto, tudo o que está na mídia é especulação”.

Desmentiu que esteja cogitando de convidar o ex-deputado Tony Garcia para a sua equipe: “Temos um bom relacionamento, praticamos esportes juntos, fomos colegas na Assembléia Legislativa. Ele tem a sua ideologia e eu, a minha. Isso é tudo”. Admitiu, porém, que membros da equipe de Cassio que deixaram a Prefeitura quando ele anunciou seu rompimento com o titular poderão voltar. Quanto aos acordos políticos que deram origem à aliança vencedora, observou que podem ser conciliados com os critérios técnicos: “Não tem mais grupo deste ou daquele. Não fiz acordos para lotear a Prefeitura. Todos vieram porque acreditaram em nosso projeto. Somos um grupo único, coeso e que deve perdurar para além desta eleição”.

Confiante no apoio da bancada federal, Richa disse que vai se empenhar em defender junto aos deputados e senadores as emendas ao Orçamento da União que interessam a Curitiba.

Tucano pretende procurar Requião

O prefeito eleito de Curitiba, Beto Richa, afirmou que não teve ainda qualquer contato com o governador Roberto Requião (PMDB) após os resultados eleitorais: “Mas vou procurar fazê-lo. A eleição acabou, é hora de descer do palanque. Temos um relacionamento respeitoso e estou certo de que vamos trabalhar por aquilo para que fomos eleitos”. Acrescentou que pode continuar apontando eventuais erros do governo, “com o sentido de contribuir. Vou cobrar, como serei cobrado. Jamais errarei por má fé. Por isso acredito que críticas construtivas só ajudam na busca de soluções”.

Citou que precisará do apoio do governo estadual para questões fundamentais, como a integraçao de ações na área de segurança, com a contratação de novos policiais civis e militares, ajustes na tarifa do transporte na Região Metropolitana e projetos e convênios do setor de desenvolvimento urbano: “Existem preceitos constitucionais que devem ser obedecidos. De minha parte, farei tudo o que for necessário para garantir uma boa administração”.

Falou sobre a troca de experiências e atuação conjunta com os prefeitos de seu partido – o paulista José Serra e o catarinense Dario Berger em especial – com quem pretende engrossar o movimento que reivindica ao governo federal a desoneração de tributos que incidem sobre o transporte coletivo e a redução da alíquota sobre o diesel.

Finalmente, sobre as articulações políticas em relação a 2006, ponderou que o grupo estará unido: “Ganhamos prefeituras importantes no Estado, o que delineia um quadro muito favorável para as próximas eleições. Se há mais de um nome em condições de disputar – os senadores Osmar (PDT) e Alvaro Dias (PSDB) -, é bom para o grupo”. (SCP)

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo