Beto muda o comando de 3 secretarias municipais

Menos de três meses após assumir a Prefeitura de Curitiba, o tucano Beto Richa promoveu ontem uma minirreforma em seu secretariado. As mudanças anunciadas foram desencadeadas pelo pedido de afastamento de Ricardo MacDonald Ghisi da secretaria de Governo, onde estava sob o fogo cerrado de um grupo de vereadores, principalmente do PFL. Para o seu lugar vai o ex-procurador Geral do Município, Maurício Sá de Ferrante, que respondia pela diretoria administrativa e financeira da Companhia de Desenvolvimento de Curitiba.

Advogado de carreira do Estado, Ferrante ocupou por vários anos a diretoria jurídica do Departamento de Estradas de Rodagem – DER – e foi também consultor jurídico do Ministério de Desenvolvimento Urbano na gestão do ex-ministro Deni Schwartz. A secretaria de Finanças, que vinha sendo ocupada interinamente por Denise Basgal, passa ao comando de Luiz Eduardo Sebastiani, até então diretor de Transportes da Urbs.

Para seu antigo posto Richa indicou o ex-secretário estadual de Meio Ambiente e municipal de Finanças, José Antônio Andreguetto. Atualmente estava lotado na Companhia de Desenvolvimento de Curitiba, na diretoria técnica e de operações daquela sociedade anônima. Denise Basgal, que foi para a secretaria pelas mãos de Edson Guimarães, o primeiro a ocupar a pasta de Finanças na gestão de Richa, também permanece na administração municipal. Seu nome está sendo cogitado para uma das diretorias da Companhia de Desenvolvimento de Curitiba. Primeira defecção no secretariado de Richa, Edson Guimarães, aprovado em concurso publico, preferiu assumir um posto na Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica – no início do ano.

Outra mudança anunciada ontem pelo prefeito atinge a Secretaria Municipal de Urbanismo. O arquiteto Luiz Fernando Jamur passa a responder pela secretaria, em substituição ao também arquiteto e professor da Universidade Federal do Paraná Gilberto Coelho, que vai ocupar uma diretoria no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Ippuc). Finalmente, o cargo de chefe do Cerimonial da Prefeitura, que estava vago desde a morte do radialista Geraldo Cesar Isganzella, passa a ser exercido pelo jornalista Carlos Marassi, que deixa a chefia de gabinete da secretaria de Urbanismo. Na semana passada já havia assumido um cargo de assessor especial no gabinete do prefeito o jornalista Deonilson Roldo, ex-secretário de Comunicação de Cassio Taniguchi (PFL) e de Jaime Lerner (PSB).

O remanejamento, por sua extensão, surpreendeu o meio político numa semana dominada pela eleição do novo presidente do diretório regional do PSDB, Valdir Rossoni, e pela visita do presidente da Câmara Federal, deputado Severino Cavalcanti (PP), a Curitiba. Beto buscou dentro de casa as indicações. Todos já eram integrantes da equipe e atuaram em sua campanha, em setores diversos, e até mesmo na elaboração de seu plano de governo, onde o economista Luiz Eduardo Sebastiani, por exemplo, teve um papel de destaque.

Uma queda de braço com a Câmara

As substituições feitas na Prefeitura de Curitiba estão sendo encaradas como técnicas, à exceção de Ricardo MacDonald, que antes de colocar o cargo à disposição enfrentou um bom período de pressões da bancada aliada do prefeito na Câmara Municipal de Curitiba. O descompasso se manifestou praticamente no início da gestão. Insatisfeito em relação a preenchimento de cargos, um grupo de vereadores tendo à frente o pefelista Fábio Camargo, abriu fogo contra MacDonald. Mais do que Camargo, pesou nessa queda de braço o presidente da Câmara, vereador João Cláudio Derosso (PSDB), principal interlocutor da bancada do PFL com o prefeito tucano.

MacDonald não é um neófito no delicado terreno das negociações políticas. Ele foi chefe de gabinete de Maurício Fruet na Prefeitura (1983-1985) e sobreviveu a esse tipo de turbulência até o final da gestão. Depois ficou na equipe de Requião, como chefe da antiga Frequesia da Matriz, transformada mais tarde em administração regional.

Ele trouxe para o cargo seu estilo direto de tratar os assuntos, o que parece ter provocado a ira de vereadores acostumados a um tratamento mais maleável por parte do titular da pasta mais política da administração municipal. Os boatos sobre sua demissão começaram a circular na semana passada e foram alimentados com muito empenho por Camargo e outros adversários, que pediam abertamente a sua substituição.

MacDonald não quis falar sobre o assunto após entregar a carta de demissão a Beto Richa. Apenas deu a entender que deixa a secretaria sem mágoas e nenhum ressentimento. Ricardo é irmão do prefeito de Foz do Iguaçu, Paulo MacDonald Ghisi (PDT), mas não confirma os boatos de que poderia estar se transferindo para aquela cidade, para trabalhar com o irmão. (SCP)

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