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Beto manda Ducci à Escola de Governo

A última edição da Escola de Governo em 2009 trazia a expectativa da presença do prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), que foi convidado na semana passada para participar da cerimônia de sanção da lei que concede anistia de dívidas para oito municípios paranaenses, entre eles a capital.

Mas Richa não compareceu e enviou o vice-prefeito Luciano Ducci (PSB). A ausência foi ironizada pelo governador Roberto Requião (PMDB), autor do projeto de lei para a anistia.

“O prefeito não pôde vir. Afinal de contas, a eliminação de uma dívida de R$ 450 milhões é tão banal que ele tinha algo mais importante para fazer. Uma salva de palmas para o prefeito”, falou Requião durante seu discurso.

Em seguida, o governador enalteceu a presença de Luciano Ducci, “que tem a simpatia do governo”. Na semana passada, após um encontro com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, Richa disse que estava vendo a possibilidade de desmarcar certos compromissos, mas ressaltou que a agenda estava cheia pela proximidade do final do ano. À tarde, em entrevista à Rádio CBN, revelou que achou que não seria conveniente participar de “escolinha”.

“Daria margem a explorações políticas indevidas. Não vi necessidade”, disse o prefeito, que louvou a abertura de possibilidade de financiamentos estaduais para Curitiba com o fim da dívida e disse que a prefeitura já está recorrendo à nova fonte de investimento.

Em outro momento de seu discurso, Requião lembrou que o governo do Estado repassou recursos a fundo perdido à Prefeitura de Curitiba para a construção de 10 unidades de saúde.

“Se estivesse aqui, o prefeito ia agradecer, mas não fez isto até agora”, disparou. O vice-prefeito, que estava próximo de Requião neste momento, ficou em uma saia justa. Quando foi dada a palavra a ele, aproveitou para agradecer “em nome do prefeito Beto Richa e da cidade de Curitiba”.

Ducci disse que a anistia vai trazer benefícios para o município e que parcerias com o governo do Estado, como a liberação de recursos do Fundo de Desenvolvimento Urbano (FDU), já estavam sendo estabelecidas.

Após o encontro, Ducci declarou que a cerimônia de ontem foi uma relação administrativa e que não houve qualquer conotação política, seja de “aproximação ou de não aproximação”.

A última alfinetada de Requião na manhã de ontem foi direcionada para o deputado estadual Alexandre Curi (PMDB), que não estava no auditório do Museu Oscar Niemeyer quando foi chamado para fazer companhia aos outros deputados que estavam no momento da sanção da lei.

“O Alexandre Curi ficou com medo que eu falasse mal do Beto, que é amigo dele”, afirmou o governador. Curi é um dos deputados peemedebistas que trabalham, nos bastidores, para o apoio do partido à candidatura de Beto ao Governo, sendo cotado, até como possível candidato a vice.

O líder do governo na Assembleia, Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), ponderou e falou que o prefeito de Curitiba enviou uma carta gentil e que em uma outra oportunidade estará na “escolinha”.

Além de Ducci, estiveram na cerimônia de ontem o secretário municipal de Governo, Rui Hara; o presidente da Companhia de Habitação Popular de Curitiba, Mounir Chaowiche; o procurador-geral do Município, Ivan Bonilha; e os vereadores Algaci Túlio (PMDB) e Mário Celso (PSB).

Foram extintas as dívidas com o Fundo de Desenvolvimento Econômico de oito municípios paranaenses – Curitiba, Maringá, Piên, São José dos Pinhais, Londrina, Araucária, Fazenda Rio Grande e Campo Largo, em um total de R$ 960 milhões.

A dívida da capital era referente à implantação da Cidade Industrial de Curitiba, na década de 1970, e, chegava a R$ 464 milhões. A Prefeitura de Curitiba contestava a dívida na Justiça desde os anos 1980.

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