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| Beto (à dir.), com Serra: |
Durante encontro mantido quinta-feira à noite em São Paulo, os prefeitos eleitos daquela capital, José Serra (PSDB) e de Curitiba, Beto Richa (PSDB) definiram uma série de medidas conjuntas entre as duas administrações, que podem ser estendidas às demais prefeituras de grandes centros urbanos.
A principal, proposta por Richa, é mobilizar os gestores municipais em relação à tarifa do transporte coletivo. O primeiro passo é o encaminhamento, ao Congresso Nacional, de uma emenda à Constituição estabelecendo a redução da carga tributária sobre os insumos que incidem no transporte coletivo, ou a adoção de subsídios ao óleo diesel. "Essas medidas teriam um impacto significativo sobre o transporte coletivo, com reação imediata do preço da passagem", defendeu o prefeito eleito de Curitiba.
Segundo ele, os tributos federais, estaduais e municipais representam uma parcela pesada na composição da tarifa do ônibus. O preço do óleo diesel, que sofreu agora o quarto aumento do ano, deverá onerar ainda mais o sistema e refletir diretamente no bolso do trabalhador.
A posição de Richa em favor da redução do preço da passagem de ônibus não é nova. No início do ano, após suspender um aumento de tarifa determinado pela atual administração, encaminhou uma carta ao presidente da República com sugestões que, a seu ver, beneficiariam todas as cidades brasileiras. O tema também foi apresentado durante a campanha eleitoral e agora, eleito, o tucano busca os caminhos para cumprir o compromisso.
"A atual tarifa, em Curitiba, representa todo mês um gasto de mais de 40% do salário mínimo para o usuário do sistema. A população não consegue mais arcar com tantas despesas mensais", critica. A expectativa de Beto é reunir os prefeitos das principais cidades do país e pressionar para que o governo tome medidas concretas nesse sentido.
José Serra aprovou a sugestão e solicitou à sua assessoria estudos sobre o assunto, além da elaboração da emenda para ser encaminhada à bancada do PSDB no Congresso. "Beto e eu vamos conduzir esse processo, reunir os prefeitos e exigir que o governo federal faça a sua parte para ajudar os municípios e a classe trabalhadora", prometeu.
Os repasses de recursos da União para os municípios também foram discutidos durante o encontro. "Vamos liderar um movimento de prefeitos e cobrar ações que priorizem o aumento dessa transferência", declarou Serra. Segundo ele, uma emenda constitucional poderia definir essa questão de modo a atender os prefeitos e desafogar o caixa das administrações municipais.
Ducci apresenta programas
O vice-prefeito eleito Luciano Ducci (PSB), coordenador da equipe de transição da futura administração municipal, recebeu na quinta-feira o prefeito eleito de Anápolis (GO) Pedro Sahiun, que veio conhecer programas adotados na capital paranaense. Durante a campanha eleitoral, um de seus bordões foi justamente "transformar Anápolis na Curitiba do Cerrado". Ele manifestou especial interesse na área da saúde e no programa "Mãe Curitibana", que pretende aplicar em seu município.
Saúde foi o tema de outra reunião mantida ontem pelo vice-prefeito eleito, desta feita com o representante do Ministério da Saúde Antônio Mendes. Com ele, Ducci tratou de sugestões para a implantação do pronto-atendimento infantil que, com o apoio de recursos daquele ministério, pode vir a se transformar em um programa-piloto para implantação de sistema integrado de urgências e emergências do Sistema Único de Saúde (SUS). O pronto-atendimento infantil foi um dos pontos fortes do plano de governo da chapa Beto Richa-Luciano Ducci durante a campanha eleitoral.