As novas denúncias contra o PT e o governo Lula não deverão ser exploradas na campanha eleitoral do Paraná, mesmo com o candidato do PDT, Osmar Dias, tendo adotado a estratégia de associar sua imagem à do presidente e a da candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff.
Após as denúncias de violação de sigilos fiscais, o governo do PT é acusado, agora, de tráfico de influência, que, segunda denúncia da revista Veja, teria ocorrido dentro da Casa Civil do governo federal, com intermediação do filho da atual ministra, Erenice Guerra, sucessora de Dilma e indicada para o cargo pela candidata.
Ciciro Back |
---|
Rossoni: “Não é novidade”. |
Apesar de setores de inteligência da campanha tucana terem visto no caso boa oportunidade de, aproveitando o vinculação das campanhas de Dilma e Osmar, associar, também, o “escândalo” à prática do grupo político ao qual pertence o principal adversário de Beto Richa (PSDB), o presidente estadual do partido, Valdir Rossoni, disse que não pretende explorar o caso nesses últimos 20 dias de campanha.
“Mesmo porque, corrupção no governo do PT não é nenhuma novidade. Não é do nosso interesse explorar, mas a população vai percebendo que a cada dia há um escândalo novo”, comentou.
O presidente do PSDB disse que a campanha no Paraná deve-se concentrar em questões regionais, “e mesmo assim o Osmar vai ter bastante coisa para explicar. Como essa aliança com o Requião, que o acusou de comprar uma fazenda com dinheiro escuso e a quem chamou de mentiroso há quatro anos. Se hoje ele está ao lado do Requião é porque concorda com ele”, provocou o tucano.
Rossoni disse que mesmo sem a exploração das denúncias, Osmar, que até agora vem aproveitando a “onda Dilma”, ainda pode se atrapalhar pelo exagero na vinculação aos petistas.
“Essa overdose de Lula e Dilma ainda vai fazer mal para ele. Demonstra que não tem vida própria, que depende dos outros. O Paraná quer um governador com autonomia, com ideias próprias, não um ventríloquo”, disse.
Arquivo |
---|
Pereira: “Não tem nada a ver”. |
Para o coordenador da campanha de Osmar, ex-governador Mário Pereira, é absurdo pensar que as denúncias vão atingir o candidato. “Se esse monte de acusação não causou nenhum impacto na campanha da Dilma, que era o objetivo deles, imagina na de um candidato ao governo do Paraná apoiado pelo PT”, disse.
Pereira, que admitiu não ter lido sobre o caso Erenice, lembrou que, “no governo Lula, as denúncias são investigadas”. “A própria Dilma já disse que, se alguma irregularidade foi cometida, será apurado e o responsável punido, doa a quem doer. Agora, querer estabelecer uma ligação disso à candidatura do Osmar, não tem nada a ver. Osmar é candidato ao governo do Paraná, senador pelo PDT. Não tem qualquer relação com algo que possa ter ocorrido dentro de um órgão do governo federal”.