Os dois principais candidatos ao governo do Paraná defenderam hoje, em conversas separadas com estudantes da Universidade Positivo, em Curitiba, o cultivo de sementes transgênicas no Estado. Eles foram instigados a se posicionarem sobre o tema em perguntas feitas por participantes do encontro. Durante o atual mandato, a questão foi uma das que mais agitaram os agricultores paranaenses, visto que o ex-governador Roberto Requião (PMDB) havia proibido o plantio enquanto outros Estados o liberavam – o cultivo foi autorizado após a aprovação da lei nacional de biossegurança.
O candidato do PSDB, Beto Richa, primeiro a conversar com os estudantes, disse ser favorável ao plantio em razão de o transgênico ser “tendência mundial”. “Não podemos esconder a cabeça embaixo da terra e deixar de acompanhar o que está acontecendo em todo mundo”, afirmou. “O Paraná não pode ser prejudicado com produtividade inferior.”
Segundo ele, também há necessidade de se investir em pesquisas. “O Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) não funciona mais como antigamente, com estrutura e técnicos em número suficiente”, criticou. “O Paraná foi exportador de pesquisa e grandes iniciativas tecnológicas no campo e hoje não é mais.”
O candidato do PDT, Osmar Dias, defendeu que os produtores precisam ter liberdade de escolha sobre o que vão plantar. Ele acentuou ter sido o relator do projeto de biossegurança e ter colocado a exigência de 27 especialistas de várias áreas na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) “para que nenhuma variedade de transgênico seja autorizada se tiver qualquer risco de causar danos à saúde humana e ao meio ambiente”.
Segundo Dias, o aumento de 140% na produção brasileira de alimentos entre 1990 e 2010 deve-se, em 70%, à ciência e tecnologia. “Não fosse a ciência e a biotecnologia a devastação ambiental seria irreparável”, afirmou. De acordo com o candidato, 60% da safra paranaense já é de produtos transgênicos.