O prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), disse ontem que a direção nacional do PSDB irá referendar a indicação de candidatura que o diretório estadual aprovar na próxima segunda-feira.
Para Beto, não passa de “blefe” a tese de que o senador Sérgio Guerra, presidente nacional do partido, poderia interferir na escolha que será feita pelos 45 integrantes do diretório estadual que decidirão entre Beto e o senador Álvaro Dias para a disputa do governo do estado.
“A direção nacional irá acatar a decisão do partido. Posso garantir. Quem disser o contrário, está blefando”, afirmou o prefeito de Curitiba. Na avaliação da direção estadual, Beto tem quase a unanimidade do diretório em apoio à sua pré-candidatura ao governo.
A direção nacional não iria intervir num estado que apresenta uma das melhores posições eleitorais no cenário, argumentou o prefeito de Curitiba. “O PSDB do Paraná é um dos mais fortes do Brasil. Tem vários estados com problemas. Aqui, não temos problemas. Temos dois candidatos fortes”, disse o prefeito.
Se tivesse qualquer dúvida sobre o entusiasmo do partido em relação à sua pré-candidatura, Beto disse que já teria retirado seu nome da disputa. O rompimento com o PDT, que seria a consequência mais imediata da sua pré-indicação ao governo, não preocupa o prefeito de Curitiba. Ele acha que não é o fim do diálogo com o senador Osmar Dias, pré-candidato do PDT ao governo, que esperava receber o apoio do PSDB para concorrer.
“Eu continuo com o diálogo aberto com o senador. Nós continuamos tentando manter essa aliança. Mas se não for possível, vamos para a disputa. Coligações não são eternas e uma eleição é sempre diferente da outra”, comentou.
Nesse caso, o PDT poderá ser a única das siglas que participou da coligação tucana nas eleições municipais de 2008 fora de seu palanque este ano, destacou o prefeito. Dos onze partidos que apoiaram sua reeleição, dez estariam novamente com o tucano, aposta Beto.
A indicação como pré-candidato oficial do PSDB pelo diretório não significará que Beto já tomou a decisão de deixar a prefeitura em abril para disputar a eleição. O prefeito de Curitiba disse que o partido o deixou livre para confirmar a opção pela candidatura na convenção oficial, que conforme o calendário eleitoral, será realizada entre 10 e 30 de junho. Porém, Beto terá até o dia 3 de abril para responder ao partido. Nesta data, ele terá que renunciar ao cargo para concorrer.
A antecipação da indicação se destina a acelerar o processo de articulação de alianças, disse o prefeito. Os demais partidos estavam cobrando do PSDB se iria lançar candidato próprio ou se faria coligações e as conversas não estavam fluindo.
“Então, vamos fazer essa indicação, como o PDT já fez há algum tempo, assim como outros partidos”, comparou. Tanto o presidente estadual do PSDB, Valdir Rossoni, como o senador Álvaro Dias não quiseram fazer novas declarações sobre a reunião do diretório.
