A relação republicana que o governador Beto Richa (PSDB) espera ter com o governo federal apesar de pertencer a um partido de oposição à presidente Dilma Rousseff (PT) teve um bom começo ontem.

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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, iniciou pelo Paraná uma série de reuniões com os governos estaduais para discutir políticas integradas de segurança pública.

E trouxe toda a cúpula do ministério para encontro com o governador Beto Richa, no Palácio das Araucárias, em Curitiba. Na audiência, o ministro não descartou a presença das Forças Armadas na fronteira com o Paraguai para conter o tráfico de drogas.

“Sem a logística das Forças Armadas, não temos condições de enfrentar o crime organizado na fronteira. E já há uma disposição do ministro da Defesa, Nelson Jobim, de atuarmos de forma integrada: Polícia Federal e Forças Armadas”, disse Cardozo.

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O ministro explicou que os problemas na região de fronteira foram as causas da decisão de iniciar o trabalho pelo Paraná. “Há uma preocupação maior com os estados de fronteira, que exigem uma integração não só entre o governo federal e o estadual, como também entre as forças federais, Polícia Federal e Forças Armadas, e, até, com os países vizinhos, que, às vezes, não têm a estrutura e as condições que temos”, justificou.

Beto Richa agradeceu a “mão estendida do governo federal para essa questão que é vista como prioridade pelo povo paranaense” e disse que sem apoio federal, a polícia do Paraná estaria “enxugando gelo” ao tentar controlar o tráfico na fronteira.

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Na reunião de ontem, ficou definido que haverá encontros técnicos entre integrantes do Ministério da Justiça e da Secretaria de Segurança Pública do Paraná.

Beto disse que as conversas estão bastante adiantadas para a construção de um “gabinete de gestão integrada” entre as forças estaduais e federais. “Um gabinete de inteligência, para mapearmos o crime, saber onde estão os focos, onde é necessária uma ação mais efetiva, para voltar a dar ao paranaense a sensação de segurança”, disse.

O governador também entregou ao ministro um ofício pedindo que o Paraná possa estar habilitado a recursos federais do Ministério da Justiça para a construção de presídios.

“Havia uma mensagem do presidente Lula no Congresso destinando R$ 79 milhões para a construção de presídios no Paraná. Essa mensagem não foi aprovada no ano passado. Estamos pedindo que a presidente Dilma reencaminhe”, explicou a secretária estadual de Justiça, Maria Tereza Uille Gomes. “Na semana que vem, nossa equipe já estará sobrevoando a região da fronteira, porque não é só questão de liberação de verbas, é trabalho em conjunto, política pública, inteligência”, disse o ministro.

Vários parlamentares petistas participaram do encontro: a senadora Gleisi Hoffmann, os deputados federais Doutor Rosinha, André Vargas e Zeca Dirceu e o deputado estadual Professor Lemos.

“Ao mesmo tempo em que o PT vai fazer oposição ao Governo do Estado na Assembleia, nós vamos trabalhar para atender as demandas do Paraná que merecem atenção da esfera federal”, disse Zeca Dirceu.