Pela primeira vez desde as denúncias de formação de caixa 2 e compra de apoio nas últimas eleições, o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), associou o governador Roberto Requião (PMDB) à repercussão do caso.

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Ontem, após ser questionado sobre as declarações que o deputado estadual Fábio Camargo (PTB) fez em um programa da TV Educativa, a emissora estatal do Paraná, Beto criticou o uso da TV pública para atingi-lo.

“Lamento que um estado como o Paraná, que sempre foi tido como estado avançado e que sempre deu exemplos para o Brasil, usa uma televisão pública, bancada com dinheiro do contribuinte, como instrumento para agredir, para tentar destruir a imagem e a honra de adversários políticos do governador”, declarou. “Num período atrás já foram proibidas as agressões do governador nesta TV pública, por parte da Justiça. E nós vamos novamente requerer isso”, acrescentou.

No programa exibido na noite do último dia 30, Camargo, durante cerca de uma hora, reiterou que Richa saberia do esquema e fez diversas críticas. O apresentador do programa até convidou o prefeito para um debate com o deputado.

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“Esse rapaz (Fábio Camargo) não tem autoridade moral para dirigir palavras para mim. Não tem autoridade moral para me pautar. Esse rapaz vai responder na Justiça todos os ataques que ele me fez.”

O prefeito comentou as denúncias ontem. Durante lançamento do edital de licitação do Clube da Gente, estrutura com piscinas aquecidas para aulas gratuitas de natação e hidroginástica, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC).

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A obra terá investimento de R$ 4,5 milhões. No discurso dele na cerimônia, fez um desabafo. Richa falou que pesquisas indicam a administração dele como uma das melhores do País e lembrou o índice de popularidade que possui em Curitiba.

“O sucesso é muito bom, é o reconhecimento do nosso trabalho. As pessoas não se deixam mais levar por discursos agressivos, por desequilíbrio, por destempero, por demagogia. As pessoas querem resultados. O sucesso acaba trazendo coisas ruins também. A inveja daqueles que não conseguem superar o nosso trabalho. Aí tentam destruir o que estamos fazendo”, comentou.

Ao ser questionado para quem eram direcionadas as palavras, o prefeito respondeu que falou para os invejosos que vestirem a carapuça. “Eles tentam diminuir o meu trabalho. Querem me afastar do trabalho e não vão conseguir”, avisou.

O prefeito agradeceu o apoio que veio dos deputados estaduais do PSDB, que deixaram a base aliada do governo na Assembleia Legislativa e migraram para a oposição.

“Tenho que agradecer o gesto de solidariedade do meu partido em função dos ataques sórdidos e rasteiros que tenho recebido nos últimos dias. O partido, nesta manifestação, me deixa sensibilizado e, ao mesmo tempo, fortalecido por esta união”, declarou.

O PMDB prepara para amanhã mais um protesto na Boca Maldita. A partir das 11h, peemedebistas vão fazer uma “vigília cívica pela apuração das denúncias”. Eles prometem divulgar a íntegra dos vídeos que originaram a denúncia e coletarão assinaturas para uma reclamação popular que será juntada ao pedido de cassação do prefeito, protocolado há uma semana na 1.ª Zona Eleitoral de Curitiba.