Repasse mantido

Beto anuncia manutenção do subsídio da passagem de ônibus

As incertezas políticas que interferem nos fatores que definem o valor da passagem de ônibus em Curitiba ganharam trégua ontem, quando o governador Beto Richa confirmou que o repasse do subsídio será mantido até o final da vigência do convênio que encerra em maio (R$ 23,8 milhões que garantem o pagamento da diferença entre a tarifa real R$ 2,60 e técnica R$ 2,89). Mas a dúvida quanto à renovação do convênio permanece, e eventuais mudanças nos mecanismos que impactam sobre a formação do preço da passagem.

Tamanha desconfiança com relação ao apoio do governo estadual depois de maio, fez com prefeito Gustavo Fruet afirmar ontem que nos próximos dias fará oficialmente o pedido pela renovação do subsídio por mais 12 meses. “O governador, que foi prefeito por mais de seis anos, demonstra disposição em ajudar, ao confirmar os repasses até maio, quando será encerrado o primeiro ano de subsídio. Nos próximos dias, vamos pedir oficialmente que o subsídio seja renovado”, afirmou Fruet.

Custo

Em sua página na rede social Facebook, Fruet reconheceu que “não havendo renovação, a partir de abril, isso será mais um fator a pesar no custo da tarifa”. Além do subsídio, irão pesar na definição da tarifa fatores como o dissídio dos motoristas e cobradores no mês que vem, o fim da dupla jornada sancionada no final de dezembro pelo ex-prefeito Luciano Ducci e a renovação da frota.

Comec prepara licitação

Outras variáveis como os benefícios que garantem a 25% dos usuários do transporte coletivo (idosos, militares e funcionários do Correios) e a própria integração com a região metropolitana também passarão pela análise da comissão de avaliação da tarifa de transporte coletivo criada pelo prefeito. O presidente da Urbs, Roberto Gregório, e o coordenador geral da Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), Rui Hara, apresentaram o mesmo entendimento sobre a Rede Integrada de Transportes (RIT) que se trata de “uma conquista da sociedade”e que o governo estadual tem interesse em preservá-la. Atualmente 75% dos usuários são do perímetro urbano da cidade e 25% da região metropolitana. Aliás, a Comec já prepara novo edital de licitação do transporte metropolitano. “Até o final de fevereiro pretendemos realizar a audiência pública para aprimorar os termos da nova licitação que poderá contar com um Fundo Metropolitano semelhante ao Fundo de Urbanização de Curitiba (FUC) o que poderá contribuir na gestão da tarifa com um todo”, informa Hara.

Pedido de ajuda ao governo federal

Sobre a isenção de 25% dos usuários, Rui Hara sinaliza que mais cedo ou mais tarde isso precisará ser levado em conta. “Pelo menos a coparticipação precisaria ser cogitada, pois os demais usuários pagam por esse benefício”, defendeu. Hara também aponta outras alternativas como pleitear apoio ao governo federal para reduzir a carga tributária nas peças de ônibus e na folha de pagamento das empresas. “Sabemos do peso do transporte coletivo na inflação, ou seja, o governo federal também tem interesse na passagem razoável”, argumentou.

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