Bernardo quer candidato para atropelar o PMDB

Um dos nomes de seu partido para disputar o governo do Estado no ano que vem, O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo (PT) voltou a manifestar-se favorável ao lançamento de candidatura própria, mas ponderou que ainda é cedo para tratar do assunto ou de alianças eleitorais.

Em sua opinião, essa questão só ganha corpo no ano que vem. Admitiu uma revisão do acordo com o PMDB, que vigorou nos últimos pleitos -"não nascemos grudados" -mas isso vai depender de conversas e negociações ainda por acontecer. Antes disso a pauta petista prevê a renovação dos diretórios em todos os níveis, com a acomodação das várias correntes internas e suas tendências.

Bernardo refutou as críticas da oposição, de que o governo Lula promoveu aumento da carga de impostos: "O que ele fez foi conter a escalada tributária que, ao longo dos últimos 10 anos, passou de 26% do PIB para quase 36%. O presidente não concorda com o aumento dos tributos e vai fazer um esforço para diminui-los. Aliás, já está fazendo uma redistribuição ao desonerar a cesta básica, máquinas e implementos", observou o ministro, que veio a Curitiba para receber uma homenagem na Assembléia Legislativa.

Metas

Melhorar a gestão dos recursos públicos e aumentar os investimentos em infra-estrutura e transporte são algumas das prioridades de sua pasta e que podem contemplar a criação de um ramal ferroviário ligando Guarapuava a Ipiranga, no Paraná.

Bernardo defendeu a realização dos Planos Plurianuais (PPA) dos municípios, que traduzem o plano de governo em lei. "Além disso, é através deles que se poderá desenvolver certas ações como a Parceria Público Privada". Segundo ele, o Ministério está realizando ações para a difusão das técnicas de elaboração dos planos com o objetivo de melhorar a gestão pública e a qualidade dos gastos.

Uma ação nesse sentido é a transmissão da videoconferência que será realizada hoje, às 9h, para todo Brasil, coordenada pela Secretaria de Planejamento e Investimentos Estratégicos (SPI). Como hoje é o Dia Nacional da Melhoria da Gestão Pública, a videoconferência marca a data da mobilização e capacitação de prefeitos e técnicos dos municípios para a elaboração dos seus Planos Plurianuais.

Bernardo apontou alterações na composição dos investimentos em educação, transformando o Fundo para Educação Fundamental (Fundef) em Fundo para a Educação Básica (Fundeb). Detectada a necessidade de recursos para a melhoria do ensino médio, a mudança vai acrescentar mais de um bilhão de reais por ano ao setor: "Contudo, a fórmula ainda não está fechada", ressaltou. Sobre a reivindicação de conversão de parte da dívida externa pública em investimentos em educação, feita pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), o ministro explicou que ainda não viu a proposta. "Mas teria de ser aceita pelos credores", advertiu.

Finalmente, destacou que o Programa Nacional de Microcrédito Produtivo e Orientado, sancionado ontem, deverá destinar R$ 200 milhões do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) para o fomento de geração de renda através das pequenas empresas. O programa concederá recursos por meio de cooperativas de crédito, sociedades de crédito a microempreendimentos e organizações da sociedade civil de intresse público (Oscips). 

Uma homenagem suprapartidária

A cerimônia em homenagem ao ministro Paulo Bernardo (PT), inicialmente proposta por seus correligionários e depois transformada em iniciativa conjunta de todos os parlamentares da Assembléia Legislativa, reuniu no plenário da Casa, ontem à tarde, políticos de vários partidos. Prestigiaram o evento os senadores Osmar Dias (PDT) e Flário Arns (PT), os deputados federais Eduardo Sciarra (PFL) Irineu Colombo (PT), Ricardo Barros (PP), o chefe da Casa Civil, deputado Caíto Quintana (PMDB), representando o governador Roberto Requião (PMDB), o diretor-geral da Itaipu Binacional Jorge Samek (PT), autoridades dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, além de vários prefeitos, empresários e líderes classistas.

Bernardo foi conduzido ao plenário por comitiva formada pelos deputados André Vargas (PT), Dobrandino da Silva (PMDB) e Valdir Rossoni (PSDB), e, num discurso de improviso, defendeu as políticas do governo Luiz Inácio Lula da Silva para as áreas econômica e social, destacou os esforços para redistribuir tributos e desonerar setrores fundamentais da atividade produtiva e disse que sua pasta é uma porta aberta às reivindicações paranaenses. (SCP)

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