O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, é contra a ida do ministro da Fazenda Antônio Palocci para a coordenação da campanha à reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que ainda não formalizou sua decisão de concorrer a um segundo mandato. Bernardo esteve ontem em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, participando do II Fórum de Gestores Federais do Paraná, na Refinaria Presidente Getúlio Vargas.
Bernardo está cotado para ocupar o Ministério da Fazenda se Palocci deixar o cargo para coordenar a campanha petista à sucessão presidencial, como já fez em 2002. "Não faz sentido tirar o Palocci para coordenar a campanha", comentou.
O ministro disse que ainda não sabe se irá deixar o cargo. Ele não confirmou que recebeu do presidente Lula o pedido para que permaneça no cargo. Bernardo afirmou que ainda não discutiu o assunto com o presidente e mostrou preferência em disputar a Câmara dos Deputados.
Mas concorrer novamente à Câmara é uma decisão que Bernardo afirmou que pertence a Lula. O ministro disse que assumiu um compromisso com o presidente de continuar no governo até o momento em que o presidente desejar e caberá a ele liberá-lo para a campanha eleitoral. Bernardo assumiu o cargo no início do ano passado, durante a reforma ministerial em que o titular do cargo, Guido Mantega, foi remanejado para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Política econômica
O ministro teceu alguns comentários sobre a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que reduziu a taxa básica de juros da economia brasileira – a Selic – em 0,75 ponto percentual, baixando-a para 16,50%, apesar de dizer que "como membro do governo, não pode ajudar a aumentar a pressão". Na opinião do ministro, o comitê continuará diminuindo os números, e isso não deverá ter influência na campanha eleitoral.
Sobre as denúncias a respeito de irregularidades na Usina de Itaipu, o ministro comentou que está havendo manipulação para fins eleitorais. O ministro citou que, das três comissões parlamentares de inquérito – Correios, Bingos e Mensalão – nenhuma apresentou provas da ligação do governo com irregularidades. finalizou.
