O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo (PT), disse que a queda de três pontos percentuais de Dilma Rousseff, candidata a presidente pelo PT na pesquisa de intenções de votos do Instituto Datafolha, divulgada ontem, não é motivo para tanta comemoração nas candidaturas adversárias.

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“Esses três pontos podem estar na margem de erro e, além disso, houve crescimento do número de indefinidos, e não nas intenções dos outros”, afirmou o ministro que voltou ontem a Brasília. Ele interrompeu oficialmente por dois dias, ontem e hoje, suas férias do cargo para participar de várias reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva Lula.

Paulo Bernardo, que chegou a ser cotado para substituir a ex-ministra Erenice Guerra, na Casa Civil, disse que teve de formalizar a suspensão das férias devido à necessidade de assinar documentos, o que somente poderia fazer se estivesse no exercício do cargo.

O despacho oficial sobre a interrupção das férias foi publicado no Diário Oficial da União. O ministro não forneceu detalhes das tarefas para as quais foi convocado, mas confirmou que está ajudando a resolver “algumas questões” a pedido do presidente da República.

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As férias do ministro começaram no dia 15 e iriam até 4 de outubro. Neste período, Paulo Bernardo vem ajudando na campanha da esposa, Gleisi Hoffmann, que concorre a uma vaga no Senado pelo PT.

Ontem, ele participou pela manhã da reunião de coordenação política, com o presidente Lula, no Palácio do Planalto, e à tarde, da reunião interministerial à tarde.

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Informalmente, o ministro foi convocado pelo presidente para conter a crise nos Correios, agravada pelas denúncias de favorecimento de uma empresa de transporte de cargas, com suposto envolvimento da Casa Civil da Presidência da República e familiares de Erenice Guerra.

Tensão

Para o ministro, o momento é naturalmente tenso por ser véspera de uma eleição presidencial. Mas ele avalia que alguns setores estão potencializando as denúncias feitas contra o governo do presidente Lula. “Alguns setores poderosos estão insatisfeitos e não querem a continuidade do nosso projeto”, afirmou o ministro, citando alguns meios de comunicação.

Para o ministro, a posição do jornal O Estado de S. Paulo, que declarou apoio ao candidato tucano José Serra, na edição de domingo passado, é elogiável. “Eles assumiram o que já vinham fazendo. É uma atitude de avanço nesse cenário brasileiro. Os outros ficam fazendo campanha enrustida”, disse o ministro.

Ele criticou a revista Veja, que em reportagem da edição desta semana, citou-o como um dos interlocutores de Marco Antonio de Oliveira, ex-diretor dos Correios e que é acusado de ser um dos lobistas que agiam na Casa Civil. “Não me ligaram para saber se eu conhecia a pessoa. Ninguém me perguntou nada. Não é possível uma coisa dessas”, criticou o ministro.