O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, avaliou hoje que os adversários da candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, “poderão ter alguma surpresa, algum revés”, ou mesmo “não serem bem recebidos pelo espectador” caso decidam “bater” na ex-ministra durante o primeiro debate entre os presidenciáveis, a ser realizado pelo Grupo Bandeirantes na quinta-feira. “Se eu fosse um adversário da Dilma eu tentaria mostrar alternativas ao que ela vai fazer”, aconselhou o ministro, durante visita a Araraquara, no interior de São Paulo.

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Para Bernardo, o fato de Dilma nunca ter sido candidata a cargos eletivos e, portanto, estrear em debates, pode ao mesmo tempo ajudar e atrapalhar a candidata do PT. “Se, por um lado, isso pode gerar dúvida sobre a experiência, por outro lado existe uma parcela enorme na população que quer ver a política com novos olhos, novas formas, e a Dilma pode expressar essa visão diferente”, disse.

Na palestra Perspectivas do Desenvolvimento Econômico do Brasil que conferiu a representantes de hotéis, bares e restaurantes, Bernardo deu prioridade à agenda positiva e procurou mostrar os avanços do governo federal. Apesar da propaganda pró-governo e do clima eleitoral, as citações políticas do ministro se resumiram aos vários elogios feitos ao ex-prefeito da cidade paulista Edinho Silva, candidato a deputado estadual e presidente do PT no Estado de São Paulo.

Entre pontos positivos dos quase oito anos do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Bernardo citou o fato de 600 mil unidades habitacionais terem sido contratadas entre março de 2009 e julho de 2010 no programa Minha Casa, Minha Vida e afirmou que a meta de 1 milhão de negócios será atingida até dezembro. O ministro previu ainda que 2,5 milhões de empregos formais serão criados em 2010 e que nos oito anos do atual governo a soma chegará a 15 milhões de vagas. “São quase 50% mais empregos do que tínhamos em 2003.”

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Inflação

Sobre economia, o ministro lembrou que a inflação está controlada e deve fechar 2010 em 5%, reafirmando que o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer em torno de 7% este ano. Ele minimizou o desequilíbrio causado na balança comercial com a alta nas importações e disse que, se o governo tomar medidas para frear as compras externas, poderá prejudicar empresas que buscam tecnologia na aquisição de equipamentos que não possuem similares no País.

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Bernardo chegou pela manhã a Araraquara, onde visitou obras de retirada da rede ferroviária que passa pela cidade para construção do anel ferroviário no entorno do município com recursos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). “Quando prefeito, o Edinho foi umas dez vezes ao meu gabinete para viabilizar essa obra”, citou Bernardo, em um dos elogios feitos ao candidato. Segundo o ministro, 46% das obras do PAC 1 foram concluídas e uma “boa parcela” estará terminada até o final do ano.

Correios

O ministro do Planejamento defendeu ainda a posição do novo presidente da Empresa de Correios e Telégrafos (ECT), David José de Matos, de comprar aviões para o transporte de encomendas postais. “A discussão é que os Correios precisam de um serviço permanente de encomendas. A lei só permite fazer contratos de um ano e é muito difícil achar uma empresa que alugue um avião só por esse período”, afirmou. “Talvez a melhor alternativa seja fazer compra ou leasing para aeronaves.”