Em Curitiba, onde passou o feriado de Finados, o ministro do Planejamento Paulo Bernardo afirmou que é cedo demais para saber quem vai ficar ou sair do governo a partir da posse da presidente eleita Dilma Rousseff (PT) em 1º de janeiro do próximo ano.

continua após a publicidade

Apontado como um dos ministros do presidente Lula que deve compor o núcleo mais poderoso do próximo governo, Bernardo afirmou que a presidente eleita sequer parou para pensar neste tema.

A chefia da Casa Civil seria um dos espaços que poderiam ser ocupados pelo ministro paranaense. Mas ele descarta. “Não existe nada sobre isso. É tudo conversa”, disse Bernardo. A partir de hoje, Bernardo começa a trabalhar nos ajustes que deverão ser feitos no projeto de orçamento do próximo ano, que está no Congresso Nacional para ser votado.

De acordo com o ministro, poucas mudanças devem ser feitas, já que se trata de um governo de continuidade do atual. “O projeto é o mesmo e inclui todos os programas sociais”, afirmou o ministro.

continua após a publicidade

Junto com o Ministério da Fazenda, o Planejamento deverá apresentar um diagnóstico à presidente eleita para orientar futuras medidas. Bernardo disse que já conversou com os líderes dos partidos e que o orçamento estava mesmo em “banho maria” à espera do resultado da eleição.

Equilíbrio

continua após a publicidade

Quanto à composição do próximo ministério, Bernardo comentou que os critérios que deverão guiar as definições não serão somente geográficos ou eleitorais. “Ela deve compor um ministério equilibrado, contemplando todas as variáveis”, disse o ministro do Planejamento, que não disputou a eleição este ano a pedido do presidente Lula.

A última vez que concorreu foi em 2002, quando foi eleito deputado federal. Em março de 2005, Bernardo assumiu o Ministério do Planejamento. Se dependesse somente da representação atual do Paraná e das lideranças estaduais cotadas, já seria possível montar um ministério, brincou.

Mas apesar de o critério eleitoral não ser o único a ser levado em consideração, o resultado obtido por Dilma do Paraná deve pesar, acredita Bernardo. “Nós não conseguimos ganhar a eleição aqui. Se num estado onde ela perdeu, vai entrar tanta gente, como é que vão ficar então os estados em que ganhou?”, perguntou.

No Paraná, Dilma obteve 44 % dos votos no segundo turno contra 55% dados ao ex-candidato do PSDB José Serra. Se comparar os resultados obtidos no Paraná com o desempenho de Dilma no Nordeste, não sobraria para ninguém mais, afirmou Bernardo.

“Se somente isso valesse, entretanto, o Nordeste teria um peso extraordinário”, comentou. Para o ministro do Planejamento, é natural que alguns nomes do Paraná sejam lembrados na hora da composição do futuro governo.

Como o do senador Osmar Dias (PDT), que disputou o governo do Estado em uma composição com o PT. “Seria natural que a presidente o considere. Embora ele tenha perdido a eleição, ele tem peso eleitoral”, disse o ministro, citando que Osmar poderá ser convidado para atuar na área da agricultura.